Riscos e cuidados ao viajar de avião na gravidez avançada
Publicado por Bianca Andrade em 03/11/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.
Uma babymoon na 38ª semana de gravidez viralizou no TikTok, mas viajar tão tarde na gestação apresenta riscos sérios. Companhias aéreas e médicos recomendam limite até a 36ª semana devido a possíveis complicações. Conheça cuidados e orientações para gestantes que precisam voar.
Nos últimos tempos, uma babymoon realizada na 38ª semana de gestação tornou-se viral no TikTok, chamando atenção por mostrar uma gestante voando para a França e escondendo sua barriga no aeroporto. Embora a situação tenha gerado curiosidade e admiração, é fundamental entender os riscos reais associados a viajar tão tarde na gravidez, que preocupam profissionais da saúde e regulamentações das companhias aéreas.
Por que as companhias aéreas e as diretrizes estabelecem limites para gestantes
A maioria das companhias aéreas não permite o embarque de mulheres grávidas após a 36ª semana de gestação para gravidez única, sendo esse limite ainda menor em casos de gestações múltiplas, como gêmeos. Essa restrição baseia-se em recomendações médicas que alertam para possíveis complicações no final da gravidez.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) orienta que, mesmo em gravidezes de baixo risco, o voo deve ser realizado até a 36ª semana, pois o trabalho de parto pode iniciar de forma inesperada. Já o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists destaca que preocupações como trabalho de parto prematuro, hemorragia e distocia de ombro são os principais riscos durante viagens aéreas nesse período.
Realidades médicas durante o voo na gravidez avançada
Durante a gestação, o corpo da mulher sofre alterações que aumentam o risco de formação de coágulos sanguíneos. O longo período sentado durante o voo eleva a probabilidade de tromboembolismo venoso (TEV), uma condição grave que pode trazer riscos à saúde da mãe e do bebê.
Além disso, se o trabalho de parto iniciar durante o voo, o acesso a cuidados obstétricos especializados é extremamente limitado, colocando em risco tanto a gestante quanto o feto. Outro ponto importante é que viajar no final da gravidez pode trazer dificuldades relacionadas a seguros de viagem, que muitas vezes não cobrem complicações nessa fase, e questões documentais caso o bebê nasça no exterior.
Instituições como a Johns Hopkins Medicine recomendam que voos domésticos sejam concluídos antes da 36ª semana e que viagens internacionais sejam planejadas ainda mais cedo, para garantir maior segurança.
Dicas para viajar de avião no início e meio da gravidez
Mesmo antes do limite de 36 semanas, a gestação exige cuidados especiais ao viajar de avião. As mudanças hormonais, o aumento do risco de coágulos e a imprevisibilidade da gravidez pedem atenção para garantir conforto e segurança.
Algumas recomendações importantes para gestantes que precisam viajar são:
- Obter um atestado médico de aptidão para voar, confirmando que a gestação está estável;
- Verificar previamente as regras da companhia aérea específicas para gestantes;
- Escolher assento no corredor para facilitar o acesso ao banheiro e permitir movimentação durante o voo;
- Manter-se hidratada e caminhar dentro da aeronave a cada 1 a 2 horas para estimular a circulação sanguínea;
- Usar meias de compressão para diminuir o risco de trombose venosa profunda.
O que os pais precisam saber antes de viajar na gravidez
Vídeos virais, como o da babymoon na 38ª semana, podem parecer divertidos e inspiradores, mas os especialistas alertam para a imprevisibilidade das últimas semanas de gravidez. Planejar a viagem com antecedência, comunicar-se de maneira transparente com as companhias aéreas e compreender os riscos médicos e logísticos são fundamentais para garantir a segurança da mãe e do bebê.
Assim, a viagem pode se tornar uma experiência positiva, segura e que contribua para o bem-estar da gestante, sem colocar em risco a saúde de ambos.
Considerações finais
Viajar de avião durante a gravidez, especialmente nas últimas semanas, envolve riscos significativos que não devem ser ignorados. As orientações médicas e as regras das companhias aéreas existem para proteger a saúde da gestante e do bebê, prevenindo complicações inesperadas. Para as futuras mães, o planejamento cuidadoso e o respeito aos limites impostos são essenciais para que a experiência de viajar seja segura e tranquila. Dessa forma, é possível desfrutar momentos especiais, como uma babymoon, de maneira consciente e responsável, respeitando a saúde e o bem-estar de toda a família.
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