Quando abrir um cartão de débito para crianças: guia para pais brasileiros

Publicado por Luana Oliveira em 30/10/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.

Pesquisa da Cash App revela que a geração Z vê o dinheiro em espécie como ultrapassado. Saiba quando e como abrir um cartão de débito para seu filho, ensinando responsabilidade financeira e segurança com soluções digitais.

Uma pesquisa recente da Cash App revela que a geração Z brasileira vê o dinheiro em espécie como uma forma de pagamento ultrapassada. Para as mães e pais que desejam educar financeiramente seus filhos, oferecer um cartão de débito pode ser uma excelente ferramenta para ensinar habilidades financeiras reais de maneira segura e orientada. No entanto, a decisão de quando abrir esse cartão deve considerar a maturidade e responsabilidade da criança, mais do que a idade cronológica.

A mudança do dinheiro físico para o digital na infância

Enquanto as gerações anteriores cresceram usando dinheiro em espécie, hoje as crianças já nascem em um universo digital. É comum que até crianças do ensino fundamental tenham seus próprios cartões de débito, muitas vezes sem manipular dinheiro físico. Isso reflete uma mudança cultural e econômica que exige que pais e educadores se adaptem para preparar os pequenos para essa nova realidade.

Pesquisa da Cash App: o que pensa a geração Z sobre dinheiro

De acordo com a pesquisa da Cash App, quase um terço da geração Z brasileira considera o dinheiro em espécie obsoleto. Mais da metade dos entrevistados vê o dinheiro físico como último recurso para pagamentos. Além disso, 54% afirmam que tendem a gastar mais impulsivamente quando possuem dinheiro em espécie, diferente do comportamento que têm ao usar cartões de crédito ou débito.

Esse comportamento reforça a importância de introduzir ferramentas financeiras digitais desde cedo, ajudando as crianças a desenvolverem autonomia, responsabilidade e confiança para administrar o próprio dinheiro.

Quando abrir um cartão de débito para seu filho

Não existe uma idade certa para abrir um cartão de débito ou crédito para as crianças. Lindsay Bryan-Podvin, assistente social e terapeuta financeira, destaca que a prontidão depende da maturidade e da responsabilidade do jovem. Em um país cada vez menos dependente de dinheiro físico, o uso de cartões se torna essencial, já que muitos estabelecimentos sequer aceitam dinheiro em espécie.

Para ajudar os pais na decisão, apresentamos alguns pontos importantes para considerar:

  • Se seu filho deseja ganhar dinheiro com tarefas domésticas ou trabalho de meio período, isso indica que ele pode estar pronto para um cartão próprio.
  • A necessidade do cartão pode surgir por motivos práticos, como pagar transporte escolar, ajudar nas despesas ao morar com outro responsável ou para o combustível do primeiro carro.
  • É fundamental que a criança saiba guardar as informações do cartão com segurança e entender a importância de protegê-lo contra perdas e usos indevidos.
  • Responsabilidade nas compras: seu filho deve ser capaz de assumir as consequências de suas decisões financeiras, mesmo que se arrependa posteriormente.
  • Definir objetivos de economia: se a criança ainda não sabe estabelecer metas financeiras, os pais podem ajudar a criar planos de curto e longo prazo.
  • Se seu filho frequentemente pede para usar seu cartão, talvez ele esteja pronto para ter o próprio.

Opções de cartão de débito para crianças e adolescentes

Hoje, diversos bancos brasileiros disponibilizam cartões específicos para crianças e adolescentes, geralmente com controle parental e exigindo que os pais sejam titulares conjuntos da conta. Além disso, existem opções digitais, como aplicativos financeiros que oferecem recursos modernos para o público jovem.

Aplicativos como Greenlight, Acorns Early e Cash App trazem funcionalidades interessantes, como contas patrocinadas com controle dos pais, rendimento de juros sobre o saldo e ausência de saldo mínimo, o que é ideal para adolescentes que ainda estão aprendendo a administrar o dinheiro.

Para garantir a segurança, é importante priorizar cartões que ofereçam:

  • Controles parentais que possibilitem bloquear o cartão ou limitar gastos;
  • Monitoramento constante e proteção contra fraudes;
  • Proteção contra cheque especial.

Converse sobre hábitos financeiros inteligentes e segurança

O ensino financeiro deve ser tratado como qualquer outra habilidade de vida, como aprender a dirigir. Lindsay Bryan-Podvin enfatiza que não se deve entregar total autonomia financeira sem educação e prática gradual. Os adolescentes podem cometer erros, como gastar demais ou esquecer de verificar o saldo, mas esses momentos são oportunidades valiosas para o aprendizado.

É essencial que os pais acompanhem essa jornada, proporcionando um ambiente seguro para que os filhos ganhem confiança e aprendam com pequenos erros.

Além disso, é fundamental conversar sobre segurança financeira online. Crianças e adolescentes já estão familiarizados com o uso de aplicativos, cartões-presente e moedas virtuais em jogos digitais, o que torna esse diálogo ainda mais importante.

Incentive seu filho a confiar em si mesmo para navegar com segurança no mundo digital, ensinando-o a identificar sinais de alerta e reforçando que ele pode contar com você diante de qualquer situação suspeita.

Considerações finais

Permitir que seu filho tenha um cartão de débito é um passo importante na educação financeira e na preparação para um futuro cada vez mais digital. A decisão sobre o momento ideal deve levar em conta a maturidade, responsabilidade e necessidades individuais da criança.

Com o acompanhamento atento dos pais, o uso do cartão pode ensinar lições valiosas sobre controle financeiro, autonomia e segurança, preparando as novas gerações para um mundo onde o dinheiro físico perde espaço para as transações digitais.

Lembre-se: estamos juntos nessa jornada de educar financeiramente nossos filhos para que eles cresçam confiantes e preparados para os desafios do século XXI.

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