Proibição do esmalte em gel com TPO na Europa: o que mães e gestantes precisam saber

Publicado por Luana Oliveira em 05/09/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.

A União Europeia proibirá o uso do TPO em esmaltes em gel a partir de 2025 devido a riscos à saúde. Entenda os motivos, impactos e dicas para mães e gestantes brasileiras continuarem cuidando das unhas com segurança.

O esmalte em gel é muito apreciado por sua durabilidade e brilho resistente, sendo um dos preferidos entre muitas mulheres, inclusive gestantes, por garantir unhas bonitas por mais tempo. No entanto, essa popularidade está enfrentando mudanças importantes na Europa. A partir de setembro de 2025, a União Europeia (UE) proibirá o uso de um ingrediente fundamental presente na maioria dos esmaltes em gel, o trimetilbenzoil difenilfosfina óxido (TPO), devido a preocupações relacionadas à saúde. Entender essa proibição é essencial para quem deseja continuar cuidando das unhas com segurança.

Entendendo a proibição do TPO

O trimetilbenzoil difenilfosfina óxido, conhecido pela sigla TPO, é um componente químico que ajuda o esmalte em gel a endurecer quando exposto a lâmpadas UV ou LED, garantindo o acabamento brilhante e resistente que tanto agrada. Apesar de muitos consumidores acreditarem que ele seja seguro, reguladores europeus identificaram o TPO como uma substância que pode ser cancerígena, mutagênica ou tóxica para a reprodução, com base em estudos realizados em laboratórios e testes com animais.

O risco é real?

Especialistas explicam que o TPO pode agir como um desregulador endócrino, interferindo no sistema hormonal e afetando a reprodução. Porém, a maior parte das evidências vem de estudos em animais, com dados ainda limitados sobre os efeitos em humanos. A dermatologista Hannah Kopelman destaca que, embora ingredientes como o TPO tenham mostrado atividade que interfere nos hormônios em laboratório, não há comprovação direta de que o uso ocasional por consumidores cause infertilidade. No entanto, a exposição repetida, especialmente em profissionais que trabalham frequentemente com esmalte em gel, como manicures, gera maior preocupação.

Michael Genovese, médico e conselheiro, reforça que o TPO foi classificado pela União Europeia como carcinogênico, mutagênico e tóxico para a reprodução. Estudos com animais mostraram efeitos negativos principalmente em doses elevadas. Em testes laboratoriais, o químico causou danos genéticos e citotóxicos em células humanas quando usado em concentrações superiores às normalmente encontradas no uso de esmaltes em gel.

A médica Phyllis Nsiah-Kumi complementa que, em altas doses, o TPO causou sérios problemas de fertilidade em ratos, incluindo danos testiculares e alterações nos ciclos reprodutivos. Esses dados justificam a decisão dos reguladores europeus, que consideram os riscos à saúde inaceitáveis. Ela também alerta que, mesmo em doses menores, o TPO pode ser absorvido pela pele e unhas, e há evidências claras de exposição real em pessoas que passam por manicures regularmente.

Por que os Estados Unidos ainda não proibiram o TPO?

Enquanto a Europa adota o chamado princípio da precaução rigoroso, que regula e limita produtos antes mesmo de sua aprovação final, os Estados Unidos possuem um sistema regulatório diferente. No país norte-americano, as empresas são responsáveis por testar a segurança dos seus produtos, e a lista de substâncias proibidas é menor. Assim, a regulamentação americana depende de comprovação científica sólida do risco para que haja uma proibição. Essa diferença explica por que o TPO ainda está presente em esmaltes vendidos nos EUA.

Impacto para fabricantes e consumidores

Com a proibição do TPO na Europa, fabricantes terão que reformular seus produtos ou deixar de comercializá-los no mercado europeu. Os salões de beleza também precisarão substituir os esmaltes contendo TPO por alternativas seguras. Felizmente, a transição para fórmulas sem TPO já está em andamento, com o desenvolvimento de outros fotoiniciadores que permitem o endurecimento do esmalte sob lâmpadas UV ou LED sem riscos à saúde.

Orientações práticas para consumidores

Para as mães, gestantes e demais consumidoras que desejam continuar usando esmaltes em gel de forma segura, algumas recomendações são importantes:

  • Consulte seu salão de confiança sobre o uso de esmaltes sem TPO;
  • Prefira marcas reconhecidas por oferecer alternativas seguras e aprovadas por órgãos de saúde;
  • Espaçe as aplicações de esmalte, especialmente para gestantes ou mulheres que planejam engravidar;
  • Utilize base protetora para minimizar a absorção do produto pelas unhas e pele;
  • Escolha salões bem ventilados para diminuir a exposição a substâncias químicas;
  • Em uso doméstico, verifique os rótulos para escolher produtos sem TPO ou opte por esmaltes tradicionais, pós de imersão ou tratamentos que não necessitam de cura com luz UV.

Seguindo essas orientações, é possível manter a beleza das unhas sem abrir mão da segurança e do cuidado com a saúde.

Considerações finais

A proibição do trimetilbenzoil difenilfosfina óxido (TPO) na União Europeia representa um avanço importante para a segurança dos consumidores, principalmente para grupos mais vulneráveis como gestantes e profissionais expostas a esse componente. Embora o risco para o uso ocasional ainda seja objeto de estudos, a decisão preventiva dos reguladores europeus reforça a necessidade de cautela no uso de produtos cosméticos. Para as mães brasileiras, que valorizam a saúde e o bem-estar da família, ficar atentas às novidades e preferir produtos seguros é fundamental. A transição para esmaltes em gel sem TPO é uma tendência que garante unhas bonitas com menos riscos, um passo essencial para o cuidado integral da saúde feminina.

Gostou deste artigo?

Compartilhe com outros pais que possam se beneficiar desta informação! E não deixe de explorar nossos outros artigos sobre Cuidados.