O Valor Do Tédio Na Infância Dos Anos 90 E A Criação De Filhos Hoje

Publicado por Luana Oliveira em 02/07/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Pais millennials relembram a infância dos anos 90, quando o tédio era natural e estimulava a criatividade. Hoje, a pressão para entreter os filhos mostra como a criação mudou, destacando o valor do tempo livre e da liberdade infantil.

Ser arrastado por lojas de carpete e passar sábados em centros de jardinagem fazem parte das lembranças nostálgicas dos pais millennials, que relembram uma época em que o tédio não era visto como uma crise, mas como uma parte natural do crescimento. Essa reflexão ganha um tom divertido e ao mesmo tempo profundo ao analisarmos como o conceito de tédio e a criação dos filhos mudaram ao longo das décadas.

Um olhar divertido sobre o tédio dos anos 90

Em um vídeo viral no TikTok, o comediante e pai @mrjackskipper expressa uma verdade que muitos pais reconhecem: "Hoje você tem que fazer o que os seus filhos querem. Tem que mantê-los entretidos. Mas quando eu era criança, você fazia o que seus pais queriam, seguia eles pela casa e criava seu próprio jeito de se divertir." Na ausência de caças ao tesouro planejadas ou encontros inspirados no Pinterest, a diversão era mais vaga e espontânea. Por exemplo, passear pela loja Dorothy Perkins na expectativa de encontrar uma caixa empoeirada de brinquedos era uma aventura em si. O próprio comediante brinca que tentar ajudar a mãe a encontrar um vestido tamanho 14 foi "o mais perto que cheguei de uma caça ao tesouro".

Lembranças e reações dos millennials

Nos comentários do vídeo, muitos millennials compartilham suas memórias semelhantes, como serem arrastados por lojas de carpete, supermercados e centros de jardinagem, além de cochilar em bancos de bares com casacos. Essas experiências aparentemente simples representam um passado onde o tédio era aceito e até valorizado.

Reflexões sobre a mudança na criação dos filhos

Por trás do humor, há uma percepção profunda sobre as transformações na criação dos filhos. Muitos comentam que a palavra "tédio" era praticamente proibida, e quem a pronunciava recebia tarefas para se ocupar. Antes, as crianças eram peças na vida dos pais, acompanhando suas rotinas; hoje, os pais se esforçam para atender todas as necessidades dos filhos, muitas vezes esquecendo as suas próprias. Essa mudança mostra um desafio contemporâneo na parentalidade, onde o tempo livre não estruturado é reduzido, e o entretenimento constante é esperado.

Desafios atuais para os pais

O autor do vídeo compartilha sua experiência recente com um filho de 7 anos durante as férias de verão, repletas de atividades, festas e encontros. Apesar da agenda cheia, a criança logo reclama de tédio ao chegar em casa. Como resposta, foram oferecidas tarefas para ocupar o tempo, o que resultou em momentos de relaxamento no sofá. Essa situação nos leva a questionar quando e por que o tédio passou a ser encarado como um problema a ser resolvido.

O valor do tédio e da liberdade na infância

Crescer nos anos 90 significava enfrentar longos períodos sem atividades estruturadas, o que estimulava a criatividade, a imaginação e a independência. A liberdade para se entediar permitia às crianças criar jogos, ler livros e inventar histórias. Hoje, a pressão para preencher a agenda com diversão constante pode nos fazer esquecer que o tempo vazio é valioso e oferece espaço para a criatividade e o descanso.

Considerações finais

Talvez este seja o momento ideal para repensar a forma como lidamos com o tédio na infância. Em vez de planejar cada minuto das férias e das brincadeiras, podemos deixar mais espaços em branco na agenda, com menos pressão para criar memórias o tempo todo. Momentos simples, como fazer tarefas junto com as crianças, podem ser tão valiosos quanto as grandes aventuras. Que tal aproveitar este verão para permitir que o tédio aconteça, abrindo espaço para a criatividade, o descanso e a construção de lembranças espontâneas?

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