O custo real de criar filhos em 2025 e o impacto da dívida nas famílias
Publicado por Luana Oliveira em 27/08/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.
Mais da metade dos pais americanos está endividada para suprir necessidades básicas dos filhos, refletindo uma crise no custo de criar filhos que impacta decisões familiares e a taxa de fertilidade.
Mais da metade dos pais americanos enfrenta um desafio financeiro que vai além dos gastos supérfluos: eles estão endividados devido às necessidades básicas dos filhos. Uma pesquisa recente da National Debt Relief em parceria com a Talker Research revelou que 6 em cada 10 pais nos EUA contraíram dívidas para custear itens essenciais como remédios, material escolar e consultas médicas.
Segundo estimativas apresentadas pela Newsweek, criar uma criança desde o nascimento até os 18 anos custa, em média, mais de US$ 310 mil para uma família de renda média. Esse valor considera apenas o básico e não inclui despesas adicionais como mensalidades universitárias, apoio em saúde mental ou emergências médicas. Para muitos pais, especialmente os mais jovens que já lidam com empréstimos estudantis e altos custos de moradia, essa realidade financeira torna-se insustentável.
A dívida e a reescrita das regras da paternidade
A dívida relacionada à criação dos filhos não é apenas um problema financeiro individual, mas um desafio sistêmico que está transformando a rotina das famílias. A pesquisa indica que 81% dos pais endividados priorizam as necessidades dos filhos em detrimento do pagamento de suas próprias contas. Metade deles relata que a dívida está ficando fora de controle, o que leva muitos a tomar decisões difíceis, como pular refeições, adiar cuidados médicos ou postergar suporte em saúde mental.
Além disso, um em cada dois pais declara estar mais preocupado com a dívida do que com seu desempenho enquanto pai ou mãe. Em muitos casos, escolhas emocionais difíceis são feitas para equilibrar as contas, como abandonar sessões de terapia para pagar atividades extracurriculares dos filhos ou reduzir compras de supermercado para arcar com copagamentos médicos.
Quando a dívida determina o calendário familiar
A pressão financeira não ocorre de forma uniforme ao longo do ano, mas aumenta nos momentos mais caros da infância. Por exemplo, 47% dos pais relataram incorrer em dívidas durante as festas de fim de ano, enquanto 39% enfrentam dificuldades financeiras na volta às aulas. Os cuidados de saúde são um dos principais motivos para o endividamento, com 42% dos pais contraindo dívidas para comprar remédios, 41% para consultas médicas e 39% para tratamentos dentários.
Para muitas famílias, ferramentas como "Compre Agora, Pague Depois" tornaram-se essenciais para o dia a dia, não apenas luxos. No entanto, esses recursos podem acarretar consequências financeiras a longo prazo, agravando ainda mais a situação.
O crescimento das famílias com um filho e a queda da fertilidade
Não é coincidência que o tipo de família que mais cresce nos Estados Unidos seja a formada por um único filho, segundo dados do Pew Research Center. A criadora Gabrielle Swanson, em vídeo viral no TikTok, expressou o sentimento de muitos pais modernos: a busca por paz, equilíbrio e estabilidade financeira muitas vezes supera a pressão cultural por famílias maiores.
Estudos indicam que filhos únicos são tão saudáveis social e emocionalmente quanto aqueles que têm irmãos. Além disso, pais de filhos únicos relatam menos estresse e maior satisfação, especialmente por não estarem constantemente no limite financeiro.
Em 2024, a taxa de fertilidade dos EUA atingiu um recorde histórico baixo — menos de 1,6 filhos por mulher, conforme dados do CDC. Essa queda não reflete uma desvalorização da família, mas sim a realidade de que a vida familiar se tornou economicamente inacessível para muitas pessoas.
Reflexões finais: a crise do custo de criar filhos
A dívida que acomete os pais não é resultado de irresponsabilidade financeira, mas sim um reflexo de um sistema falho que exige que os pais façam o trabalho mais importante do mundo com o mínimo de apoio. Quando o custo médio de criar um filho obriga as famílias a contraírem dívidas apenas para manter as necessidades básicas, estamos diante de uma crise estrutural e não de um problema individual.
Os dados mostram que muitos pais não conseguem sequer imaginar pagar a faculdade dos filhos ou ter outro filho devido à pressão financeira. Essa realidade impacta não só as decisões imediatas, mas também o planejamento para as próximas gerações.
Se você é pai ou mãe e sente que está sempre correndo atrás do prejuízo, saiba que não está sozinho. Vivemos em um sistema onde criar filhos significa, muitas vezes, pedir dinheiro emprestado do próprio futuro. É fundamental parar de culpar os pais por uma crise que eles não criaram e buscar soluções que ofereçam suporte real às famílias.
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