Khloé Kardashian e o debate sobre a ajuda na criação dos filhos

A família Kardashian é uma das mais ricas e influentes do mundo, sendo alvo tanto de admiração quanto de críticas. Khloé Kardashian, uma das integrantes da família, trouxe à tona um tema importante em seu podcast: a "vergonha de babá". Ela compartilhou suas experiências e reflexões sobre a ajuda paga que muitas mães utilizam para cuidar dos filhos, um assunto que gera opiniões diversas e, muitas vezes, julgamentos na sociedade.

O que Khloé Kardashian diz sobre a ajuda na maternidade

Khloé confessou que, mesmo não sendo bilionária, já enfrentou críticas passivo-agressivas por contratar ajuda para cuidar de seus filhos. Criada longe da família e mãe de cinco filhos, ela investe em toda a ajuda que pode pagar, ressaltando que criar filhos sozinho não é natural e que, nos dias atuais, muitas pessoas precisam "comprar" o que antigamente era um apoio comunitário.

Ela enfatiza que ama estar com seus filhos e trabalha arduamente para sustentar a família e custear cuidadores e ajuda doméstica. No início da maternidade, quando não podia pagar por ajuda, conciliava trabalho em tempo integral com creche parcial, começando cedo e terminando tarde. Agora, com condições financeiras melhores, prefere investir em ajuda profissional do que em bens materiais ou viagens.

Todos nós temos ajuda: a visão aberta de Khloé Kardashian

No podcast "Khloé in Wonder Land", Khloé falou abertamente: "Quem fala mal de babás, todos nós temos ajuda de alguma forma", mencionando creches, escola, sogros, mães, irmãs ou babás como formas de apoio. Para ela, não há vergonha em aceitar ajuda, pois "é preciso um vilarejo para criar uma família".

A desconfiança sobre a ajuda paga na criação dos filhos

Existe uma contradição na forma como a sociedade vê a ajuda na criação dos filhos. Enquanto valorizamos a ideia de que criar filhos é um esforço coletivo, essa valorização acontece apenas quando o apoio é invisível e não remunerado. Quando uma babá ou cuidadora está envolvida, a mãe pode ser julgada como indulgente ou negligente, mesmo que a ajuda seja essencial para o seu bem-estar e o da família.

Esse conflito mostra que as normas sociais, especialmente nos Estados Unidos, estão atrasadas em relação à realidade das famílias modernas. Muitas mães precisam escolher entre o cansaço extremo e o julgamento social, o que gera sentimentos de culpa ao buscar ajuda. Celebramos as "supermães", mas criticamos aquelas que pedem apoio.

Celebridades que falam sobre dificuldades reais e a importância da ajuda

Khloé não está sozinha nessa discussão. Outras celebridades também compartilham suas experiências. Meghan Markle, por exemplo, revelou no "The Jamie Kern Lima Show" que utiliza babá há cerca de cinco anos para ajudar na rotina escolar de seus filhos, destacando que, mesmo com ajuda, o peso emocional da maternidade permanece.

Mandy Moore homenageou publicamente sua doula pós-parto, Brandi Jordan, que auxiliou ela e o marido desde a troca de fraldas até a recuperação emocional. Moore destacou que "é preciso um vilarejo" para a transição à maternidade, reconhecendo o valor do apoio profissional.

A realidade financeira da maioria das mães brasileiras e o custo do cuidado infantil

Para muitas mães comuns, o cuidado infantil é um desafio financeiro significativo. Uma pesquisa de 2024 revelou que 82% das mães brasileiras reduziram ou deixaram o trabalho devido ao alto custo do cuidado infantil. Mesmo com celebridades falando abertamente sobre a necessidade de ajuda, para muitas famílias o cuidado básico é inacessível.

Nos Estados Unidos, segundo a Child Care Aware of America, em 45 estados e no Distrito de Columbia, o custo médio anual para cuidar de duas crianças em creches ultrapassa o valor da hipoteca. Para o cuidado de um bebê, o custo anual médio excede US$ 13.000 em 2024, representando cerca de 10% da renda média de um casal e até 35% para pais solteiros, bem acima do limite recomendado de 7% pela saúde pública americana.

Essa realidade mostra que, quando o cuidado infantil custa tanto quanto o aluguel ou a hipoteca, "ter o vilarejo" torna-se um luxo inacessível para muitas famílias.

Por que precisamos mudar a narrativa sobre pedir ajuda

É fundamental mudar a forma como falamos sobre a ajuda na criação dos filhos. Contratar apoio é uma atitude prática, responsável e muitas vezes essencial para atender às demandas da vida moderna. Pedir ajuda não diminui o amor ou a competência dos pais; pelo contrário, torna esse amor mais sustentável e equilibrado.

Não devemos justificar ou minimizar a busca por alívio, mas sim normalizar essa atitude, reconhecendo que todos nós precisamos de ajuda para criar nossos filhos da melhor forma possível.

Considerações finais

O debate iniciado por Khloé Kardashian sobre a "vergonha de babá" evidencia questões profundas sobre a maternidade nos dias atuais, especialmente no que diz respeito à ajuda na criação dos filhos. A sociedade precisa abandonar preconceitos e julgamentos que cercam a contratação de ajuda profissional, valorizando o apoio como algo essencial e benéfico para a família.

Celebridades que falam abertamente sobre suas experiências ajudam a desmistificar o tema, mas é crucial também reconhecer as dificuldades financeiras que muitas famílias enfrentam para acessar cuidados de qualidade. Normalizar a busca por ajuda é um passo importante para garantir um ambiente saudável e equilibrado para mães, pais e filhos.