Intercâmbio na adolescência: benefícios, destinos e apoio dos pais
Publicado por Luana Oliveira em 24/09/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.
O intercâmbio na adolescência é uma experiência transformadora que vai além do aprendizado do idioma, promovendo autonomia, maturidade e desenvolvimento socioemocional. Destinos populares incluem EUA, Reino Unido e Canadá, com apoio dos pais sendo fundamental.
Viajar para o exterior deixou de ser um privilégio apenas dos adultos. Cada vez mais adolescentes brasileiros buscam experiências internacionais para aprender um novo idioma, ampliar seus horizontes e desenvolver habilidades socioemocionais essenciais para a vida. Em 2024, o mercado de intercâmbio para jovens cresceu 15% em relação ao ano anterior, segundo dados da STB (Student Travel Bureau), consultoria especializada em educação internacional.
Benefícios do intercâmbio na adolescência
O intercâmbio durante a adolescência é um investimento que traz benefícios imediatos e duradouros para a vida acadêmica, profissional e pessoal do jovem. Denis Buzzi, diretor nacional da EF Intercâmbios, destaca que essa experiência vai muito além do aprendizado do idioma. Segundo ele, o adolescente que participa de um intercâmbio desenvolve autonomia, autoconfiança e maturidade. Além disso, conviver com diferentes culturas, conhecer pessoas do mundo todo e aprender a resolver problemas cotidianos de forma independente são ganhos fundamentais dessa vivência.
Destinos mais procurados e objetivos do intercâmbio
O primeiro passo para um intercâmbio bem-sucedido é definir o objetivo e o perfil do adolescente. No Brasil, a maioria das famílias ainda foca no aprendizado do inglês como principal motivação. Entre os destinos mais populares nos Estados Unidos estão Boston, Miami, Nova York e San Diego. No Reino Unido, cidades como Brighton, Cambridge, Londres e Manchester são as favoritas. O Canadá também se destaca pelo bom custo-benefício, oferecendo opções para estudar inglês ou francês em cidades como Toronto e Vancouver.
Benefícios emocionais e cognitivos do intercâmbio
A adolescência é uma fase ideal para esse tipo de experiência, conforme explica Marina Magalhães, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Para ela, o intercâmbio é uma excelente oportunidade para desenvolver autonomia, resolução de problemas, empatia e responsabilidade. Essa vivência funciona como um treino comportamental construído por meio de experiências reais.
Do ponto de vista cognitivo, o contato com outro idioma e novas regras sociais estimula o cérebro a sair do piloto automático e criar novas estratégias. Isso impacta positivamente a autoestima, pois aprender um idioma, resolver problemas sozinho e assumir responsabilidades fortalece a confiança e funções executivas, como memória, atenção e flexibilidade, além de ampliar o pensamento crítico e comparativo.
Para atender diferentes interesses, existem programas personalizados, como High School (ensino médio no exterior), cursos intensivos para exames internacionais (IELTS, TOEFL, Cambridge) e imersões esportivas, culturais ou acadêmicas. A experiência deve ser adaptada ao perfil de cada adolescente, incluindo atividades como teatro, dança, cinema, esportes e disciplinas avançadas em áreas como robótica e ciências ambientais.
Histórias de transformação na prática
Em entrevista exclusiva, três adolescentes compartilharam como o intercâmbio mudou suas vidas além do aspecto acadêmico. Ana Casella, que fez intercâmbio em Brighton, no sul da Inglaterra, conta que ganhou mais segurança para falar em público: “Eu era tímida e tinha medo de errar. Convivendo com pessoas de várias nacionalidades, percebi que errar faz parte do aprendizado. Voltei muito mais confiante.”
Rafaela Matarazzo, que participou de um intercâmbio de curta duração em Los Angeles, relata que a experiência ampliou sua visão de mundo: “Conheci pessoas de diferentes nacionalidades e estilos de vida, o que me inspirou a adotar coisas boas no meu dia a dia. Voltei mais comunicativa e com vontade de conhecer vários países que nunca tinha pensado em visitar.”
Mari Wernick, que viajou para a Alemanha, destaca o impacto emocional positivo: “Cresci como pessoa. O intercâmbio me ensinou a me virar sozinha e a enxergar o mundo de forma diferente. Hoje sou mais empática, tolerante e aberta às diferenças.”
Apoio dos pais antes, durante e depois do intercâmbio
Apesar dos inúmeros benefícios, o intercâmbio pode apresentar desafios que tornam o apoio da família fundamental em todas as etapas. Antes da viagem, é importante que pais e adolescentes conversem abertamente sobre expectativas, medos e sonhos. Durante o intercâmbio, manter contato frequente, porém sem exageros, ajuda na adaptação do jovem. No retorno, reconhecer a maturidade conquistada é essencial para acolher a nova identidade do adolescente.
A psicóloga Marina Magalhães reforça: “O adolescente que sai não é o mesmo que volta. É preciso valorizar essa transformação.” Especialistas também destacam que o intercâmbio impacta positivamente o futuro acadêmico e profissional do jovem, desenvolvendo competências como adaptabilidade, pensamento crítico e inteligência emocional, cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho e em universidades internacionais.
Para Marina, o aprendizado adquirido durante o intercâmbio é para a vida toda: “Quando o adolescente percebe que pode se comunicar em outro idioma, resolver problemas e construir relações em outro país, ele aprende que pode ocupar o mundo com autenticidade.”
Considerações finais
O intercâmbio na adolescência é muito mais do que uma oportunidade de aprender um novo idioma; é um investimento que transforma a vida do jovem em múltiplos aspectos. Além do desenvolvimento acadêmico, o jovem ganha autonomia, autoconfiança, maturidade e habilidades socioemocionais que serão fundamentais para sua trajetória pessoal e profissional. Com o apoio adequado dos pais e a escolha de um programa alinhado ao perfil do adolescente, essa experiência pode promover uma verdadeira transformação, preparando-o para enfrentar os desafios do mundo globalizado com autenticidade e segurança.
Gostou deste artigo?
Compartilhe com outros pais que possam se beneficiar desta informação! E não deixe de explorar nossos outros artigos sobre Educação.