Guarda Compartilhada e Terapia: Como Lidar com Conflitos entre Pais
Publicado por Luana Oliveira em 23/06/2025. • Tempo de leitura: ~3 minutos.
Entenda os desafios e aspectos legais quando pais divorciados discordam sobre a terapia do filho, especialmente em casos de guarda compartilhada e questões emocionais.
Em famílias com guarda compartilhada, situações delicadas podem surgir quando pais discordam sobre a necessidade de terapia para seus filhos. Um caso recente relatado no Reddit chamou atenção para esse desafio: um pai percebeu sinais de depressão no filho de 16 anos e decidiu levá-lo à terapia, mesmo contra a vontade da mãe, que minimizava as dificuldades emocionais do jovem e não aceitava sua orientação sexual.
Desafios emocionais para crianças e pais
A discordância entre pais divorciados sobre cuidados com a saúde mental dos filhos é mais comum do que se imagina. Segundo a psicoterapeuta Vassilia Binensztok, fundadora da Juno Counseling and Wellness, esses conflitos podem surgir por diferenças de valores, crenças sobre saúde mental, medo do julgamento do outro ou até por interesses pessoais que interferem no bem-estar da criança.
Para adolescentes, especialmente aqueles que fazem parte da comunidade LGBTQ+, a falta de apoio pode ser ainda mais prejudicial. O terapeuta Kenny Levine destaca que o suporte precoce ajuda no desenvolvimento de habilidades para enfrentar dificuldades emocionais, prevenindo sentimentos de desesperança.
Aspectos legais da guarda e terapia
Legalmente, a capacidade de um dos pais tomar decisões sobre a terapia do filho depende do tipo de guarda estabelecida e das leis estaduais. Kimberly Miller, advogada e terapeuta familiar, explica que, em casos de guarda exclusiva, um pai pode decidir sozinho. Porém, na guarda compartilhada, é fundamental que ambos os pais concordem e sejam informados para evitar desconfiança e conflitos judiciais.
Alguns estados, como a Flórida, flexibilizaram suas leis para permitir que um dos pais matricule o filho em terapia sem o consentimento do outro, diante do uso frequente da negativa como ferramenta de disputa.
Quando o conflito se agrava
Conflitos sobre terapia podem ser intensificados por crenças culturais e religiosas, estigmas e falta de comunicação entre os pais. Muitas vezes, a resistência à terapia vem do medo, desconhecimento ou valores que veem a saúde mental como fraqueza.
Nessas situações, a criança é a maior prejudicada, sofrendo com a divisão de lealdades e a insegurança emocional. Estudos indicam que o alinhamento dos pais é essencial para o sucesso do tratamento e o bem-estar do adolescente.
O que fazer em casos de crise
Se a criança estiver em situação de crise aguda, como pensamentos suicidas ou automutilação, a maioria dos estados permite que um dos pais tome decisões emergenciais para garantir sua segurança, mesmo sem o consentimento do outro.
Considerações finais
Conflitos entre pais divorciados sobre terapia refletem diferenças profundas de valores, crenças e emoções, muitas vezes complicadas por questões culturais e religiosas. Embora a lei dê diferentes orientações conforme o tipo de guarda, o ideal é buscar diálogo, respeito mútuo e foco no bem-estar do filho.
Garantir a saúde emocional do adolescente, especialmente quando enfrenta desafios como depressão ou questões de identidade, exige união e compreensão. A comunicação aberta entre os pais e o respeito à autonomia do jovem são fundamentais para que a terapia seja um instrumento de cura e crescimento.
Assim, mesmo diante de divergências, é possível construir um ambiente de apoio que fortaleça a família e promova o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes.
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