Estudo revela que genética influencia quando o bebê começa a andar

Publicado por Significado do Nome em 27/05/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Em um estudo recente, pesquisadores descobriram que a genética desempenha um papel significativo no momento em que as crianças dão seus primeiros passos. Saiba mais sobre como os genes e o ambiente influenciam essa etapa fundamental do desenvolvimento infantil.

O momento em que um bebê dá seus primeiros passos é sempre especial — e agora, graças a um estudo inovador da Universidade de Surrey, temos mais clareza sobre os fatores que influenciam esse importante marco do desenvolvimento.

A pesquisa revela que a genética pode representar até 25% da variação no momento em que a criança começa a andar, desafiando a ideia de que apenas o ambiente determina quando isso acontece.

Estudo com mais de 70 mil bebês revela influência genética no caminhar

Liderado pelas pesquisadoras Anna Gui, PhDAngelica Ronald, PhD, da Universidade de Surrey, o estudo analisou dados genéticos de mais de 70.000 bebês.

A equipe identificou 11 marcadores genéticos que influenciam o desenvolvimento cerebral e o momento em que a criança começa a andar de forma independente.

De acordo com a pesquisa, cerca de um quarto da variação no marco de caminhar pode ser atribuída à genética.

Essa descoberta pode ajudar pediatras e especialistas a entender melhor os motivos de um possível atraso na aquisição dessa habilidade, além de trazer uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento infantil.

Andar mais tarde também tem seu lado positivo

Ao contrário de estudos anteriores que sugeriam que andar mais cedo poderia estar relacionado a maiores conquistas na vida adulta, esta pesquisa trouxe uma nova luz: os genes relacionados ao caminhar mais tarde também estão associados a maior realização educacional e a uma menor probabilidade de desenvolver TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade).

No entanto, os autores alertam que o estudo não define exatamente o que é “caminhar tarde”, e reforçam que o desenvolvimento infantil ocorre em ritmos diferentes para cada criança.

Ambiente e estímulo continuam sendo essenciais

Embora a genética tenha um papel importante, o ambiente da criança continua sendo decisivo. Uma dieta rica em nutrientes e a oportunidade de explorar fisicamente o espaço ao redor são fundamentais para o desenvolvimento motor, segundo os especialistas.

O Dr. Michael Glazier, pediatra e diretor médico da Bluebird Kids Health, explica que bebês que passam muito tempo em ambientes restritos — como cadeirinhas, balanços ou no colo — podem demorar mais para aprender a andar por falta de estímulos físicos. Em contrapartida, crianças com espaço para brincar e se movimentar tendem a desenvolver essas habilidades mais cedo.

“Exploração física não é apenas útil, é necessária para o bebê aprender a andar”, afirma o Dr. Glazier.

Quando é hora de se preocupar?

Embora o início médio para caminhar ocorra entre 8 e 18 meses, há uma grande variação do que é considerado normal. No entanto, alguns sinais podem indicar que é hora de buscar uma avaliação profissional:

  • Não ficar de pé sozinho aos 12 meses
  • Não se movimentar com apoio aos 15 meses
  • Não caminhar independentemente aos 18 meses

Segundo o Dr. Glazier, é menos preocupante quando a criança não anda sozinha, mas já consegue ficar de pé ou se locomover com apoio.

Ele recomenda registrar vídeos para mostrar ao pediatra e ajudar na avaliação clínica, que geralmente inclui observação, histórico e exame físico detalhado.

O que esperar do futuro com base na genética

Embora os exames genéticos não substituam uma avaliação clínica completa, os dados revelados por este estudo abrem portas para uma compreensão mais profunda das causas do atraso no desenvolvimento motor.

Os pesquisadores esperam que essas descobertas ajudem profissionais e pais a oferecer apoio mais eficaz às crianças que enfrentam dificuldades.

Mais importante ainda, o estudo reforça que cada criança segue seu próprio ritmo. Como dizem os autores, alcançar marcos do desenvolvimento não é uma competição.

O que realmente importa é garantir um ambiente estimulante, acolhedor e saudável para o crescimento pleno de cada pequeno explorador.

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