Entendendo o autismo: causas, sinais e tratamentos para mães brasileiras

Publicado por Laura Liz Andrade em 08/09/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Entenda o que é o autismo, suas causas multifatoriais, sinais de alerta em diferentes idades e as possibilidades de tratamento para crianças brasileiras.

O autismo, conhecido também como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição do neurodesenvolvimento que surge na infância e acompanha a pessoa ao longo da vida. Caracteriza-se principalmente por diferenças na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento ou interesses específicos.

Na comunicação, a criança com autismo pode apresentar dificuldades para entender e utilizar a linguagem, seja verbal ou não verbal. Além disso, enfrenta desafios para estabelecer e manter relações sociais recíprocas, podendo expressar emoções e vínculos afetivos de formas distintas. No comportamento, são comuns movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater as mãos, interesses muito intensos e específicos, e diferenças sensoriais que incluem hipersensibilidade a sons, luzes, texturas e cheiros.

O que causa o autismo?

O termo "espectro" reflete a diversidade de manifestações do autismo, que varia em intensidade, formas e necessidades de apoio. Algumas crianças necessitam de suporte constante, enquanto outras apresentam maior independência funcional.

O autismo é um transtorno multifatorial, resultado da combinação entre fatores genéticos e ambientais, que podem atuar desde a vida intrauterina. Diversos genes estão envolvidos e a interação entre eles é fundamental para a manifestação do TEA.

É importante destacar que nenhum fator isolado causa o autismo. A predisposição surge da combinação de fatores maternos, genéticos e ambientais. Entre os fatores de risco conhecidos estão:

  • Idade paterna acima de 40 anos;
  • Depressão e ansiedade materna;
  • Deficiências vitamínicas durante a gestação;
  • Transtornos como TDAH e TOC;
  • Prematuridade;
  • Exposição a agentes tóxicos, como agrotóxicos;
  • Infecções durante a gestação;
  • Condições maternas como diabetes, obesidade e pressão alta;
  • Dieta rica em alimentos ultraprocessados;
  • Uso de algumas medicações.

Embora não seja possível evitar o autismo devido à complexidade dos fatores envolvidos, é possível controlar alguns aspectos, como manter uma alimentação adequada, cuidar da saúde mental da mãe e planejar o nascimento antes dos 40 anos para os homens. Entretanto, a causa genética é determinante e nenhuma medida garante a não manifestação do transtorno.

Tratamento e sinais de alerta

O autismo não é uma doença, mas sim um conjunto de características, portanto não há cura. Contudo, existem terapias e suportes que auxiliam no desenvolvimento da criança.

A identificação precoce dos atrasos no desenvolvimento é fundamental para orientar intervenções terapêuticas que promovem o progresso e auxiliam no enfrentamento das dificuldades.

Entre os sinais de alerta para crianças de 0 a 3 anos que indicam a necessidade de avaliação estão:

  • Pouco ou nenhum contato visual;
  • Não sorrir em resposta ao sorriso dos outros;
  • Não responder quando chamado pelo nome;
  • Demora ou ausência do balbucio e desenvolvimento da fala;
  • Não apontar para mostrar interesse;
  • Não imitar gestos simples, como tchau ou bater palmas;
  • Preferência por brincar sozinho;
  • Movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater as mãos;
  • Brincadeiras restritas ou pouco simbólicas;
  • Forte apego a rotinas e incômodo com mudanças;
  • Interesses muito específicos ou intensos;
  • Reações incomuns a sons, luzes, cheiros, texturas ou contato físico;
  • Possível insensibilidade à dor ou desconforto intenso com estímulos leves.

Para crianças maiores, os sinais incluem dificuldade em compreender regras sociais, linguagem formal ou pouco funcional, dificuldade para fazer e manter amizades e ansiedade intensa diante de mudanças na rotina.

Vale lembrar que outros diagnósticos podem apresentar sinais semelhantes, por isso toda dúvida sobre o desenvolvimento deve ser avaliada por um profissional especializado.

Considerações finais

Compreender o autismo é essencial para mães e gestantes brasileiras que buscam oferecer o melhor cuidado para seus filhos. Embora não haja cura, o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença no desenvolvimento e qualidade de vida da criança. Conhecer as causas, os sinais e as possibilidades de tratamento é fundamental para promover um ambiente de apoio e inclusão.

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