Como a idade materna pode influenciar o sexo do bebê: descobertas científicas

Publicado por Luana Oliveira em 30/07/2025. • Tempo de leitura: ~6 minutos.

Estudo revela que o sexo do bebê pode ser influenciado pela idade da mãe e há tendência familiar para filhos do mesmo sexo, desafiando a ideia de que é apenas sorte.

Um novo estudo publicado na revista Science Advances trouxe à tona descobertas importantes que desafiam a ideia de que o sexo do bebê é uma questão puramente aleatória. Ao analisar dados de mais de 58.000 mulheres nos Estados Unidos que tiveram dois ou mais filhos entre 1956 e 2015, os pesquisadores revelaram que algumas famílias tendem a ter filhos do mesmo sexo com maior frequência do que se acreditava anteriormente. Além disso, a idade da mãe mostrou ter um impacto significativo nessa dinâmica.

tendência familiar para o sexo dos filhos

Tradicionalmente, acredita-se que a chance de ter um menino ou uma menina seja de 50%, como se fosse o lançamento de uma moeda. No entanto, o estudo demonstrou que famílias que já possuem três filhos do mesmo sexo têm uma probabilidade maior de continuar essa sequência. Por exemplo, famílias com três meninas têm 58% de chance de ter outra menina, enquanto aquelas com três meninos têm uma probabilidade ainda maior, de 61%, de ter outro menino.

Esses dados indicam que, apesar da tendência, ainda é possível que famílias tenham filhos de sexos diferentes após uma sequência do mesmo gênero, o que mostra a complexidade e a variabilidade da reprodução humana.

influência da idade materna no sexo do bebê

Um dos pontos mais interessantes levantados pelo estudo é o papel da idade da mãe na determinação do sexo do bebê. Mulheres com mais de 28 anos apresentaram cerca de 10% mais chance de terem filhos apenas de um único sexo, seja menino ou menina, quando comparadas com mulheres com menos de 23 anos. Essa diferença pode estar associada a mudanças hormonais, qualidade dos óvulos e ao ambiente uterino, que sofrem alterações com o passar dos anos e podem influenciar o desenvolvimento inicial do embrião.

Alex Robles, especialista em fertilidade do Columbia University Fertility Center, explica que essas alterações podem afetar a viabilidade do embrião e, consequentemente, a determinação do sexo. Entretanto, é importante destacar que essa tendência não significa que mulheres mais velhas terão exclusivamente filhos de um sexo, pois muitos fatores estão envolvidos nesse processo.

Além disso, a idade do pai pode também desempenhar um papel, mas como o estudo focou nas mães, essa hipótese ainda precisa ser investigada. Siwen Wang, estudante de doutorado da Harvard T.H. Chan School of Public Health e autora principal do estudo, ressalta a importância de futuras pesquisas que considerem essa variável.

evitando vieses na análise dos dados

Os pesquisadores também consideraram a influência das preferências parentais, que podem afetar o número e o sexo dos filhos. Muitas vezes, os pais desejam ter um determinado número de meninos ou meninas e param de tentar após alcançar essa meta, comportamento conhecido como "coleção de cupons". Para evitar esse viés, o estudo excluiu o último filho nascido de cada família da análise.

Por exemplo, se uma família com duas meninas tentava ter um terceiro filho esperando um menino, esse terceiro filho não foi incluído no estudo. Mesmo quando os pesquisadores incluíram a última gravidez em mulheres mais velhas, a tendência observada permaneceu, reforçando a robustez dos resultados.

fatores que não influenciam o sexo do bebê

Embora existam diversas crenças populares sobre o que pode determinar o sexo do bebê, o estudo analisou alguns desses fatores como raça, cor natural do cabelo, tipo sanguíneo, altura e índice de massa corporal (IMC) da mãe aos 18 anos, e não encontrou nenhuma relação significativa.

Isso sugere que o sexo do bebê é resultado de uma combinação complexa de múltiplos pequenos fatores biológicos, e não de características físicas aparentes ou sociais.

principais conclusões para os pais

O Dr. Alex Robles destaca que o estudo mostra que "não é apenas uma questão de sorte". Algumas famílias realmente têm uma predisposição biológica para ter filhos de um mesmo sexo, o que faz parte da variabilidade natural da reprodução humana e não é algo que os pais possam controlar ou alterar facilmente.

Ele também desmistifica mitos populares, como a influência do momento da relação sexual ou da dieta no sexo do bebê, enfatizando que a biologia envolvida é muito mais complexa e imprevisível.

Siwen Wang reforça que o objetivo do estudo não é prever o sexo do bebê nem incentivar intervenções, mas sim ampliar o conhecimento científico para futuras pesquisas. Ela aconselha os pais a focarem na saúde da gravidez e na felicidade de receber uma nova vida na família, independentemente do sexo do bebê.

considerações finais

Este estudo inovador contribui para uma compreensão mais profunda sobre os fatores que influenciam o sexo do bebê, mostrando que não se trata apenas de sorte, mas de um conjunto complexo de variáveis biológicas. A idade materna surge como um elemento importante nessa equação, demonstrando que a reprodução humana é marcada por nuances que ainda precisam ser exploradas.

Para mães e gestantes brasileiras, essas descobertas reforçam a importância de valorizar a saúde e o bem-estar durante a gestação, sem se prender a mitos ou expectativas rígidas sobre o sexo da criança. Afinal, o mais importante é a chegada de uma nova vida cheia de saúde e amor.

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