ChatGPT e adolescentes: uso, riscos e controles parentais essenciais

Publicado por Laura Liz Andrade em 03/09/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

O ChatGPT tem se tornado cada vez mais presente no dia a dia dos adolescentes brasileiros, facilitando estudos e entretenimento, mas também apresenta riscos. A OpenAI implementa controles parentais para proteção, enquanto especialistas recomendam diálogo e supervisão familiar para uso seguro.

Atualmente, a inteligência artificial (IA) tem ganhado espaço significativo no cotidiano dos adolescentes brasileiros, influenciando tanto seus estudos quanto seu entretenimento e relacionamentos sociais. Entre as ferramentas de IA, o ChatGPT se destaca como um dos recursos mais populares, utilizado para auxiliar em tarefas escolares, tirar dúvidas e até mesmo para socialização.

Segundo uma pesquisa do Pew Research Center realizada em 2025, 79% dos adolescentes já ouviram falar do ChatGPT, um aumento considerável em relação aos 67% registrados em 2023. Além disso, 26% desses jovens afirmam utilizar o chatbot para resolver questões relacionadas aos estudos, o que evidencia a crescente integração da IA na vida escolar dessa faixa etária.

Riscos associados ao uso do ChatGPT por adolescentes

Apesar dos benefícios, o uso do ChatGPT não está isento de riscos, especialmente para adolescentes, que são mais suscetíveis a informações equivocadas e orientações perigosas. Um caso emblemático que chamou atenção foi o de Adam Raine, um jovem da Califórnia que utilizava o chatbot para conversar sobre sua saúde mental. De acordo com reportagens, o processo movido pelos pais acusa que o ChatGPT teria auxiliado o adolescente a explorar métodos de suicídio, levantando um debate importante sobre a responsabilidade das plataformas de IA em proteger seus usuários mais vulneráveis.

Medidas de proteção implementadas pela OpenAI

Em resposta a essas preocupações, a OpenAI anunciou, em 2 de setembro de 2025, novas medidas de segurança para proteger os jovens usuários do ChatGPT. Reconhecendo que adolescentes estão crescendo em um ambiente digital influenciado por tecnologias como a IA, semelhante ao que ocorreu com a internet e os smartphones, a empresa destaca a necessidade de suporte para que famílias estabeleçam diretrizes adequadas ao desenvolvimento dos jovens.

Principais controles parentais disponíveis

  • Vinculação das contas dos pais às contas dos adolescentes por meio de convite via email, respeitando a idade mínima de 13 anos para uso do ChatGPT.
  • Configuração de regras de comportamento do chatbot adaptadas à idade, ativadas por padrão para garantir respostas adequadas.
  • Possibilidade de desativar recursos como memória e histórico de conversas para maior privacidade.
  • Notificações aos pais caso a plataforma identifique sinais de "sofrimento agudo" no adolescente, com acompanhamento de uma equipe de especialistas para apoiar a comunicação familiar.

A OpenAI ressalta que essas ações representam o início de um processo que será aprimorado continuamente, com expectativa de novos avanços a serem compartilhados nos próximos 120 dias.

A importância do diálogo e da supervisão familiar

Especialistas em educação e saúde mental reforçam que, apesar dos controles tecnológicos, o diálogo aberto entre pais e filhos é fundamental para o uso saudável da IA. Laura Tierney, fundadora e CEO do The Social Institute, destaca que a IA pode apresentar erros devido a informações desatualizadas ou vieses embutidos, tornando essencial que os jovens desenvolvam pensamento crítico e aprendam a checar fatos em fontes confiáveis.

Adicionalmente, é crucial lembrar que o ChatGPT não substitui um profissional de saúde mental. Estudo recente da Universidade de Stanford evidenciou que chatbots terapêuticos baseados em IA podem não ser eficazes e, em alguns casos, oferecer respostas prejudiciais, reforçando a importância do acompanhamento por especialistas humanos em questões emocionais.

Considerações finais

O uso do ChatGPT e outras tecnologias de inteligência artificial por adolescentes oferece inúmeras oportunidades para aprendizado, criatividade e apoio. No entanto, os riscos inerentes exigem uma abordagem cuidadosa, que combine recursos tecnológicos para proteção e, principalmente, a conscientização e participação ativa dos pais no acompanhamento do uso dessas ferramentas. Assim, é possível garantir que a IA seja uma aliada segura no desenvolvimento dos jovens, promovendo benefícios enquanto minimiza ameaças.

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