Como ensinar habilidades sociais às crianças com técnicas de Vanessa Van Edwards

Vanessa Van Edwards é uma referência mundial em habilidades sociais, autora best-seller e fundadora do Science of People, que ensina estratégias baseadas em ciência para melhorar a comunicação e conexão entre pessoas. Com milhões de visualizações em seu canal no YouTube e palestras renomadas como TEDxLondon, Vanessa compartilha técnicas eficazes para ajudar crianças a desenvolverem habilidades sociais fundamentais para suas vidas. Este texto explora três dicas específicas da especialista que podem transformar a forma como as crianças interagem socialmente.

O truque da capa: postura que inspira confiança

Vanessa recomenda que as crianças imaginem estar usando uma capa de super-herói ao entrar em um ambiente, adotando uma postura ereta, com ombros para trás e cabeça erguida. Essa técnica é uma versão do conhecido "power posing", que ganhou fama há cerca de uma década. Pesquisas da Martin Luther University e University of Bamberg indicam que posturas expansivas melhoram o humor e a autoestima das crianças, especialmente em contextos escolares.

Outro estudo da Ohio State University reforça que sentar-se ereto aumenta a confiança nas próprias habilidades, enquanto posturas curvadas podem aumentar as dúvidas internas. Assim, a postura corporal não apenas influencia como os outros nos veem, mas também molda a forma como nos percebemos. O truque da capa é, portanto, um atalho mental para a autoconfiança, ajudando os pequenos a enfrentarem situações desafiadoras com mais segurança.

Aquele aperto de mão que realmente importa

Outro ponto fundamental é o aperto de mão. Vanessa orienta que as crianças ofereçam a mão com o polegar para cima e apertem como se estivessem segurando uma bola de beisebol. Embora os apertos de mão possam parecer antiquados, estudos da University of Illinois mostram que eles melhoram a avaliação social e reduzem impressões negativas.

Além disso, o aperto de mão estimula a liberação de ocitocina, o "hormônio do vínculo", essencial para criar laços sociais e confiança. Em um mundo cada vez mais digital, onde o contato físico é raro, ensinar essa prática pode fortalecer as conexões interpessoais das crianças e contribuir para sua autoestima e habilidades de enfrentamento.

Importante lembrar que para crianças com sensibilidades sensoriais ou no espectro autista, o aperto de mão pode ser desconfortável. Nesses casos, alternativas como acenos, toques de punho ou saudações verbais também são eficazes para estabelecer conexões.

O truque do contato visual que é quase genial

Vanessa propõe uma abordagem diferente para ensinar contato visual: as crianças devem buscar a cor dos olhos da outra pessoa e depois perguntar sobre essa cor. Essa técnica transforma o contato visual em um jogo, tornando-o natural e menos forçado. Pesquisas indicam que o contato visual é fundamental para o desenvolvimento social, emocional e da linguagem, melhorando habilidades desde os dois anos de idade.

O contato visual auxilia na compreensão da comunicação e no desenvolvimento da empatia. No entanto, para crianças neurodivergentes ou no espectro autista, o contato direto pode ser desconfortável ou até prejudicial. Nesses casos, outras formas de mostrar atenção, como olhar para a testa, nariz ou boca, são alternativas válidas. O objetivo é a conexão autêntica, não a conformidade a padrões sociais rígidos.

Por que isso realmente importa além de ser educado

Muitos podem pensar que habilidades sociais são aprendidas naturalmente ou que são apenas boas maneiras. No entanto, especialistas como o Dr. Paul Schwartz alertam que mais da metade das crianças com problemas emocionais ou comportamentais enfrentam dificuldades em fazer amigos e interagir socialmente. As amizades são cruciais para desenvolver sensibilidade ao ponto de vista alheio e aprender regras sociais.

Estudos também mostram que as crianças aprendem a se comunicar observando o comportamento dos pais, reforçando a importância da segurança emocional e conexões autênticas no ambiente familiar. Por isso, é fundamental oferecer exemplos e oportunidades práticas para o desenvolvimento dessas habilidades.

Vale lembrar que cada criança é única. Algumas podem preferir evitar apertos de mão ou contato visual intenso, e isso deve ser respeitado. O importante é fornecer ferramentas adaptáveis que permitam a cada criança se comunicar e se conectar de maneira verdadeira e confortável.

Considerações finais

As técnicas de Vanessa Van Edwards não prometem transformar crianças em especialistas em networking ou resolver todos os desafios da criação, mas oferecem estratégias concretas, fáceis de lembrar e fundamentadas em pesquisas científicas. A imagem da capa para postura, o aperto de mão estilo beisebol e a busca pela cor dos olhos para contato visual são práticas que ajudam as crianças a desenvolver confiança e habilidades sociais de forma natural.

Adaptar essas técnicas ao estilo e conforto de cada criança é essencial para que elas possam se comunicar de maneira autêntica. Em um mundo cada vez mais digital, onde as interações presenciais são reduzidas, aprender a entrar em um ambiente com confiança, estabelecer conexões físicas e manter um contato visual genuíno são habilidades valiosas para o desenvolvimento social e emocional das crianças.

Por fim, essas práticas também são úteis para adultos, pois todos podemos nos beneficiar de posturas que aumentam a autoconfiança e melhoram nossas interações sociais. Portanto, vale a pena praticar o "passo da capa" em qualquer idade.