Quanto custa criar um filho?

Publicado por Luana Oliveira em 30/05/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Ser pai ou mãe no Brasil em 2025 significa enfrentar uma série de desafios financeiros que nossos pais nem imaginavam.

Ser pai ou mãe no Brasil em 2025 significa enfrentar uma série de desafios financeiros que nossos pais nem imaginavam.

De fraldas a atividades extracurriculares, cada escolha parental vem com uma etiqueta de preço - e muitas dúvidas sobre o que é "justo" pagar. Um vídeo recente no TikTok revisitou essa discussão de forma muito prática: quanto realmente custa cortar o cabelo das crianças hoje em dia?

O vídeo que começou a conversa sobre custos da parentalidade

A criadora de conteúdo @itsjustmilliee compartilhou sua experiência comum a milhares de pais: a surpresa ao receber uma conta de R$600 (equivalente a US$120) por um corte simples de cabelo do filho e um ajuste de franja para a filha. Seu tom não era de revolta, mas de genuína curiosidade: "Estou feliz em pagar se for o normal... mas sinto que é muito", refletiu.

No Brasil, essa cena é ainda mais familiar. Enquanto em bairros nobres de São Paulo cortes infantis podem chegar a R$150, nas periferias muitos pais ainda encontram opções por R$30-50. Essa disparidade reflete as profundas desigualdades econômicas do país.

Os comentários que revelaram uma realidade complexa

A resposta dos pais no TikTok foi tão variada quanto a realidade brasileira:

  • Alguns relataram pagar R$25 em salões de bairro
  • Outros compartilharam valores acima de R$100 em franquias especializadas
  • Muitos optam por cortar em casa para economizar
  • Vários mencionaram a "taxa de criança inquieta" que alguns salões cobram

Uma mãe de Belo Horizonte comentou: "Pago R$40, mas preciso levar meu próprio distrator (tablet) para a criança ficar quieta". Já uma paulistana revelou: "Na Vila Olímpia não acho por menos de R$90, mesmo sendo só para tirar as pontinhas".

Além do preço: a qualidade do serviço

Millie levantou outro ponto crucial: a relação entre custo e resultado. Seu filho não saiu com o corte que ela esperava, gerando aquela dúvida comum: "Valeu o que paguei?". No Brasil, onde serviços muitas vezes são prestados sem nota fiscal, essa avaliação fica ainda mais subjetiva.

Especialistas em consumo infantil sugerem que os pais:

  • Pesquisem preços em 3-5 estabelecimentos antes de escolher
  • Peçam indicações a outros pais da região
  • Considerem a experiência da criança (alguns salões infantis oferecem brinquedos e ambientação temática)
  • Negociem pacotes para irmãos ou cortes mensais

O custo invisível da criação de filhos

Essa discussão sobre cortes de cabelo é só a ponta do iceberg. Uma pesquisa recente da FGV mostrou que criar um filho no Brasil até os 18 anos pode custar entre R$240 mil e R$1,5 milhão, dependendo da classe social. Itens como:

  • Escola (pública x particular)
  • Atividades extracurriculares
  • Saúde (planos x SUS)
  • Lazer e tecnologia

fazem essa conta variar drasticamente. O corte de cabelo, nesse contexto, acaba sendo um símbolo dessas escolhas diárias que os pais precisam fazer.

Considerações finais: não existe "normal" na parentalidade

Como mostrou a variedade de respostas ao vídeo de Millie, não há um valor padrão justo para serviços infantis - assim como não existe uma única forma correta de criar filhos. O importante é:

  • Encontrar o equilíbrio entre orçamento familiar e qualidade de vida
  • Não se culpar por não poder oferecer tudo o que gostaria
  • Compartilhar experiências com outros pais para tomar decisões informadas
  • Lembrar que o amor e atenção valem mais que qualquer serviço caro

No final, como Millie disse, não se trata de reclamar, mas de "comparar notas" nessa jornada complexa que é a parentalidade no século XXI. E no Brasil, onde a crise econômica pesa mais para algumas famílias que para outras, essa troca de experiências se torna ainda mais valiosa.

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