O que os pais esperam do conteúdo infantil hoje

À medida que as crianças assistem aos seus conteúdos favoritos durante o dia, é comum que os pais também estejam por perto. Você provavelmente conhece todas as letras da música "Hot Dog" do Mickey Mouse Clubhouse e os nomes dos personagens do "Bairro do Daniel Tiger". Além disso, já deve ter visto os astros do YouTube Kids se metendo em algumas travessuras engraçadas várias vezes. Essa presença próxima dos pais é mais comum do que se imagina: uma pesquisa da Statista de 2023 revela que cerca de 94% dos pais acompanham o conteúdo junto com seus filhos de 2 a 5 e de 6 a 9 anos.

No entanto, acompanhar o conteúdo infantil não significa que os pais estejam plenamente satisfeitos com o que assistem. Um novo relatório da Moonbug Entertainment, empresa dona de sucessos como CoComelon e Blippi, destaca que muitos pais sentem que os programas infantis não refletem a realidade da vida familiar, apontando lacunas importantes na representação.

o que os pais sentem que falta no conteúdo infantil

Segundo o relatório, apenas 30% dos pais sentem que suas famílias são frequentemente representadas nos conteúdos infantis. Outros 56% afirmam que às vezes se identificam, enquanto 14% dizem que raramente ou nunca se veem refletidos nas histórias apresentadas. Essa percepção está ligada ao fato de que muitas produções exibem exemplos idealizados, como casas impecáveis, cuidadores sempre pacientes e crianças que superam birras em segundos.

Na prática, os pais enfrentam desafios diários, como manhãs caóticas, emoções variadas das crianças e situações imprevisíveis que dificilmente aparecem nos programas. Essa desconexão gera um sentimento de insatisfação e distância em relação ao conteúdo exibido.

o que os pais desejam ver nos programas infantis

Frente a essa realidade, quais são as expectativas dos pais que assistem junto com seus filhos? A pesquisa apresenta cinco preferências principais:

• 43% dos cuidadores querem uma representação realista das imperfeições e desafios da paternidade;
• 43% desejam que os desafios do cotidiano sejam mostrados, indo além de enredos dramáticos;
• 39% buscam conteúdos que ajudem as crianças a aprender habilidades de resolução de conflitos;
• 37% querem personagens que se comportem como uma criança comum na vida real;
• 37% pedem mais diversidade nas estruturas familiares, incluindo famílias recompostas, pais solteiros e lares multigeracionais.

Para os pais, ver um conteúdo mais realista representa uma conexão mais profunda com o programa, o que traz benefícios tanto para as famílias quanto para os criadores de conteúdo. De fato, 40% dos pais afirmam que assistiriam novamente a episódios com essas características e recomendariam o programa para outras pessoas.

Ser pai ou mãe é um desafio constante, e sentir-se representado pode fazer toda a diferença nessa jornada. A validação da experiência familiar é fundamental não só para os adultos, mas também para as crianças, que se beneficiam ao verem suas próprias realidades refletidas no que assistem. Como destaca a Common Sense Media, a representação na mídia infantil tem impacto direto na autoestima dos pequenos.

Assim, o conteúdo infantil pode oferecer muito mais do que entretenimento: pode ser uma ferramenta de conexão, aprendizado e fortalecimento da identidade familiar. Para os pais que buscam esse equilíbrio, é essencial que os programas evoluam e abracem a diversidade e a realidade do cotidiano.