Nomes de bebê no Japão: Entenda as novas regras para registro
Publicado por Luana Oliveira em 29/05/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.
Escolher o nome do bebê é uma das decisões mais emocionantes para os pais. No Brasil, temos liberdade para optar por nomes tradicionais como Maria e João, ou escolher algo mais único como Valentina e Gael.
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Escolher o nome do bebê é uma das decisões mais emocionantes para os pais. No Brasil, temos liberdade para optar por nomes tradicionais como Maria e João, ou escolher algo mais único como Valentina e Gael. Mas no Japão, essa escolha acaba de ficar mais restrita com novas regras governamentais.
O governo japonês está combatendo os chamados nomes "kirakira" (brilhantes) - aqueles considerados muito criativos ou incomuns. A medida visa proteger as crianças de possíveis constrangimentos futuros, mas também limita a liberdade dos pais na hora de batizar seus filhos.
O que são os nomes kirakira e por que estão sendo proibidos?
Os nomes kirakira são aqueles que:
- Usam pronúncias incomuns para os caracteres kanji
- Fazem referência direta a marcas ou personagens famosos
- Têm significados estranhos ou constrangedores quando traduzidos
Alguns exemplos reais que já foram registrados no passado incluem Pikachu (do Pokémon), Naruto (do anime) e até Purin (que significa "pudim"). No Brasil, seria como registrar um bebê com nomes como "Xurupita" ou "Neymarzinho" - possíveis, mas não recomendáveis.
Como funcionam as novas regras no Japão?
A legislação japonesa agora exige que:
- Os nomes usem apenas pronúncias padrão dos caracteres kanji
- Não sejam permitidas leituras criativas ou inventadas
- Os registros civis podem rejeitar nomes considerados muito extravagantes
Isso significa que os pais não poderão mais usar kanjis de forma criativa para formar sons diferentes do padrão. No Brasil, seria como proibir grafias alternativas como "Wesley" (no lugar de "Uéslei") ou "Maikon" (para "Michael").
Nomes internacionais que podem ser barrados
Alguns nomes comuns em outros países também estão na mira das novas regras:
- Jewell: Pronunciado como "Jueru" em japonês
- Lovely: Vira "Raburi", que pode causar confusão
- Kitty: Significa literalmente "gato de amor"
- Elsa: Vira "Erusa", com significado alterado
No Brasil, onde nomes estrangeiros como Kevin e Melissa são populares, essa regra seria bastante impactante. Imagine não poder registrar "Jennifer" porque soaria como "Jeniférri" na pronúncia portuguesa.
O caso do "Príncipe" que virou notícia
Em 2019, um adolescente chamado "Oji-sama" (que significa "Príncipe") decidiu mudar legalmente seu nome devido ao constrangimento que sofria. Esse caso foi um dos motivadores da nova legislação.
No Brasil, temos casos semelhantes de adultos que mudam nomes considerados constrangedores, como "Espiridião" ou "Gertrudes". A diferença é que aqui a mudança ocorre na vida adulta, enquanto no Japão querem prevenir o problema desde o registro.
Comparação com o Brasil: como funcionam nossas regras?
No Brasil, a legislação sobre nomes é mais flexível:
- Permite nomes criativos e inventados
- Aceita grafias variadas do mesmo nome
- Só proíbe nomes que possam expor a criança ao ridículo
Recentemente, o IBGE divulgou que nomes como "Mave" (inspirado em séries) e "Zion" (da cultura norte-americana) estão crescendo no Brasil. Essa liberdade contrasta com as novas regras japonesas.
Considerações finais: cultura e identidade em um nome
As novas regras japonesas refletem valores culturais importantes na sociedade local, que prioriza a harmonia coletiva sobre a individualidade. Enquanto isso, no Brasil valorizamos mais a expressão pessoal, mesmo que isso resulte em nomes pouco convencionais.
Para os pais, a lição é clara: pesquisar bem antes de escolher um nome. Verificar:
- Como o nome soa em diferentes contextos
- Possíveis significados indesejados
- Se a criança poderá carregar esse nome com orgulho
No final, seja no Japão ou no Brasil, o importante é que o nome seja um presente de amor, não um fardo para a vida toda.
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