Mãe, quantas vezes você já foi chamada hoje? Saiba como lidar sem culpa

Publicado por Luana Oliveira em 25/06/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.

Descubra como a mãe australiana Jasmine contou 234 chamadas de "Mãe" em um dia e aprenda dicas para reduzir a carga mental da maternidade sem culpa.

Se você sente que seu nome está sempre ecoando pela casa, saiba que não está imaginando. A mãe australiana Jasmine (@flownoak no TikTok) decidiu contar quantas vezes seus filhos disseram "Mãe" em um único dia. O número final? Surpreendentes 234 vezes — e isso foi apenas entre 7h e 20h, enquanto ela estava em casa com seus dois filhos mais novos.

Jasmine explicou ao TODAY.com que essa foi uma forma de quantificar e justificar como as interrupções constantes estavam afetando seu dia a dia. Era o típico cenário de "Pai, onde está a mãe? Preciso que ela pegue minha garrafinha de água" — mesmo com o marido em casa, perfeitamente capaz de ajudar.

Ela usou um contador manual para acompanhar as chamadas e disse casualmente à família que estava "contando algumas coisas." Às 8h50, já tinha registrado 88 chamadas. Na hora do almoço, o número subiu para 127. No fim da tarde, 181. O vídeo que Jasmine compartilhou no TikTok viralizou, alcançando mais de 852 mil visualizações.

O custo invisível da maternidade padrão

No vídeo, Jasmine desabafa deitada na cama, ainda de roupão: "Por isso nos perguntamos por que as mães estão cansadas de ouvir seus nomes — 234 vezes hoje. Fiz uma conta rápida: se for a média diária por um ano, vou ouvir isso 85.410 vezes. Boa noite."

Esse TikTok virou um suspiro coletivo de alívio para muitas mães brasileiras sobrecarregadas que, como Jasmine, sentem o cérebro travar após a 87ª chamada de "Mãe!" antes das 10h da manhã.

Comentários como "O limite não existe!" e "É como receber 234 e-mails que precisam de atenção imediata e a maioria termina em birras. Exaustivo!" refletem a realidade de muitas mães.

Por trás das risadas, há uma verdade profunda: Jasmine queria mostrar, em números, o fluxo constante de interrupções mentais que desgastam as mães — algo que muitos sentem, mas raramente quantificam. É a parte da maternidade que não aparece na lista de tarefas, mas que corrói a paciência e a energia.

Ela destaca que é difícil atribuir um valor financeiro ao trabalho mental e emocional que as mães realizam diariamente, e quantificar essas interrupções ajuda a dar visibilidade a essa carga invisível.

Gratidão e cansaço ao mesmo tempo

Nem todos entenderam o desabafo de Jasmine. Alguns a acusaram de ser ingrata, lembrando que muitas mulheres não têm filhos e nunca ouvem seus nomes assim. Jasmine respondeu com sinceridade e delicadeza, revelando que teve um bebê natimorto aos 32 semanas de gravidez. Ela conhece bem a dor de nunca ouvir seu filho chamar seu nome.

Ela reforça que é possível sentir duas coisas ao mesmo tempo: ser imensamente grata e estar cansada da repetição constante. É uma realidade que mistura dor, excesso de estímulos, amor profundo e o desejo desesperado por alguns minutos de tranquilidade, como ir ao banheiro sozinha.

Como reduzir o número de chamadas para a mãe sem culpa

Especialistas em saúde mental materna falam sobre o esgotamento sensorial, uma sensação de sobrecarga causada por ser tocada, falada e solicitada o tempo todo. Pesquisas mostram que interrupções constantes, multitarefas e trabalho emocional são grandes causas de esgotamento nas mães.

Mas o que fazer para aliviar essa carga? Jasmine incentiva os pais a conversarem entre si e ensinarem as crianças que nem toda necessidade precisa do "Mãe".

Ela sugere estimular os filhos a fazerem o que eles e os pais se sentem confortáveis para que eles possam resolver sozinhos. Isso não só cria confiança, mas também diminui o número de vezes que a mãe é chamada.

Dicas para diminuir a "conta de mãe"

  • Crie uma "hora sem mãe", onde outro adulto seja responsável ou as crianças saibam a quem recorrer como segunda opção.
  • Use um sistema de "fichas da mãe", onde as crianças têm um número limitado de chamadas por hora, fazendo-as pensar antes de gritar.
  • Dê scripts para as crianças saberem o que fazer quando podem se virar sozinhas, como "Se você consegue alcançar, tente primeiro!"

Ser constantemente chamada não faz de você uma mãe melhor

Fomos condicionadas a pensar que estar sempre disponível e ser constantemente necessária é sinônimo de ser uma boa mãe. Mas a verdade é que interrupções sem parar não são sustentáveis para ninguém.

Está tudo bem querer um espaço para si mesma, dizer "agora não" e até mesmo contar até 234 e decidir que amanhã quer menos chamadas. Isso não diminui o amor que você sente pelos seus filhos. Pelo contrário, mostra que você é humana e precisa cuidar de si para cuidar bem dos outros.

Considerações finais

O desabafo de Jasmine não é apenas uma curiosidade divertida, mas um retrato real da maternidade moderna, especialmente para as mães brasileiras que vivem o desafio da carga mental e emocional diariamente. Quantificar as chamadas de "Mãe" ajuda a dar voz a um sentimento comum e muitas vezes silencioso.

Reconhecer essa realidade é o primeiro passo para buscar equilíbrio e bem-estar, tanto para as mães quanto para suas famílias. Encorajar a autonomia das crianças, dividir responsabilidades e respeitar o espaço pessoal são atitudes que podem transformar o dia a dia e aliviar o esgotamento materno.

Lembre-se: ser mãe é amar, cuidar e também cuidar de si mesma. E isso faz toda a diferença para uma maternidade mais leve, feliz e saudável.

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