Desafios e sentimentos das mães na amamentação: apoio e compreensão

Publicado por Luana Oliveira em 04/08/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.

Estudo da Tommee Tippee revela que muitas mães enfrentam desafios, solidão e julgamentos na amamentação. Pressões sociais e falta de apoio dificultam o processo, especialmente para mães negras, hispânicas e asiáticas. Apoio e compreensão são essenciais.

A amamentação é um momento especial e importante na vida de muitas mães, mas também pode ser um desafio repleto de emoções complexas. Um estudo recente da Tommee Tippee revela que, embora a maioria das mães deseje amamentar, muitas enfrentam dificuldades que as impedem de continuar esse processo, mesmo com esforço e vontade. Além disso, sentimentos de solidão, vergonha e julgamento são comuns, especialmente entre grupos específicos como mães negras, hispânicas e asiáticas.

O que a pesquisa revela sobre os sentimentos das mães em relação à amamentação

A pesquisa realizada pela Tommee Tippee envolveu mais de 2.000 mulheres em idade fértil no Brasil, incluindo mais de 900 mães e uma representatividade significativa de mães negras, hispânicas e asiáticas. Os dados mostram que 85% das mães querem amamentar, mas metade não consegue, mesmo tentando. Entre as que amamentam, 51% relatam sentir solidão durante o processo, enquanto 52% das que não conseguem amamentar sentem-se julgadas e 56% sentem vergonha. Além disso, 53% das mães relatam sentir pressão externa para alimentar seus bebês de uma maneira específica, o que pode aumentar o estresse e o sentimento de inadequação.

Desafios enfrentados pelas mães durante a amamentação

Existem diversos obstáculos que levam muitas mães a interromperem a amamentação antes do desejado. Entre os principais desafios estão:

  • Dor física durante a amamentação, relatada por 32% das mães;
  • Baixa produção de leite, apontada por 31%;
  • Dificuldade na pega do bebê, mencionada por 21%;
  • Problemas de saúde mental, que afetam 26% das mulheres.

Além disso, mais de um quarto das mães sente falta de apoio quando mais precisa, dificultando a superação dessas barreiras. Esse cenário é ainda mais crítico para mães asiáticas (60%) e hispânicas (56%), que enfrentam desafios adicionais relacionados ao apoio social e familiar.

O impacto das pressões sociais e da falta de apoio

Mulheres negras, em particular, sentem uma pressão desproporcional, com 47% relatando cobrança por parte de profissionais de saúde e familiares, e 41% sentindo essa pressão também nas redes sociais. Essa realidade evidencia um descompasso entre o desejo das mães de alimentar seus bebês e o suporte que recebem.

Kyrstal Duhaney, enfermeira e fundadora da MilkyMama, destaca que muitas mães desistem da amamentação não por falta de esforço, mas por sentirem dor, exaustão e falta de ajuda adequada. Ela enfatiza que o problema maior está no sistema de apoio, que não atende às necessidades reais das mães.

A importância de apoio e compreensão para as mães

Durante a Semana Mundial da Amamentação (1 a 7 de agosto), é fundamental promover conversas abertas sobre os desafios que as mães enfrentam e oferecer recursos e suporte adequados. Reconhecer que não existe uma forma certa ou errada de alimentar o bebê é essencial para diminuir o estigma e a pressão social.

As mães devem ser incentivadas a fazer escolhas informadas e acolhidas em suas decisões, seja amamentar, usar fórmula ou uma combinação de métodos. O apoio desde o início e o acompanhamento contínuo podem ajudar a reduzir sentimentos de vergonha e solidão, promovendo o bem-estar das mães e dos bebês.

Considerações finais

A amamentação é um processo único para cada mãe e bebê, e as dificuldades enfrentadas são reais e legítimas. O estudo da Tommee Tippee evidencia a necessidade urgente de um sistema de apoio mais eficaz e sensível às necessidades das mães, especialmente das que pertencem a grupos mais vulneráveis. É fundamental que as mães se sintam fortalecidas e acolhidas em suas escolhas, livres de julgamentos e pressões externas.

Ao promover um ambiente de compreensão e suporte, podemos contribuir para que mais mães tenham experiências positivas na alimentação de seus bebês, respeitando suas individualidades e circunstâncias. Afinal, o que importa é o amor e o cuidado dedicados ao bebê, independentemente do método de alimentação escolhido.

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