COVID-19 na gravidez: riscos e como se proteger
Publicado por Significado do Nome em 27/05/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.
Um estudo abrangente envolvendo quase 27.000 gestações revisitou dados alarmantes sobre a relação entre a COVID-19 e complicações na gravidez.
Um estudo abrangente envolvendo quase 27.000 gestações revisitou dados alarmantes sobre a relação entre a COVID-19 e complicações na gravidez.
A pesquisa, que analisou prontuários médicos eletrônicos no período de 2019 a 2023, descobriu que pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2 antes ou durante a gestação têm duas a três vezes mais chances de sofrer um aborto espontâneo antes da 20ª semana de gravidez.
Os principais achados do estudo
A pesquisa revelou que a taxa geral de abortos espontâneos foi de 6%, sendo significativamente maior entre aquelas que tiveram COVID-19. Mais especificamente:
- Mulheres com COVID-19 moderado a grave no primeiro trimestre apresentaram 2,45 vezes mais risco de aborto espontâneo
- A infecção pré-gestacional também aumentou o risco, mesmo quando ocorrida meses antes da concepção
- Fatores como idade materna avançada, condições crônicas e pertencer a minorias étnicas potencializaram os riscos
Por que a COVID-19 aumenta o risco de aborto?
A gravidez por si só já modula o sistema imunológico para proteger o feto, tornando as gestantes mais vulneráveis a infecções virais. Quando ocorre uma infecção por COVID-19, o corpo desencadeia uma forte resposta inflamatória que pode:
- Comprometer o desenvolvimento placentário
- Interferir na oxigenação fetal
- Desregular os mecanismos imunológicos essenciais para manter a gravidez
Além disso, as alterações fisiológicas na gravidez - como a redução da capacidade pulmonar e o aumento do consumo de oxigênio - podem agravar os efeitos da COVID-19, criando um círculo vicioso de complicações.
A importância crucial da vacinação
Diante desses achados, os especialistas reforçam a importância da vacinação contra COVID-19 para quem está planejando engravidar ou já está grávida:
- As vacinas demonstraram ser seguras durante a gestação em diversos estudos:
- Além de proteger a gestante, os anticorpos podem ser transferidos para o bebê, oferecendo proteção nos primeiros meses de vida
- Mulheres vacinadas têm menor risco de desenvolver formas graves da doença e complicações na gravidez
Estratégias para uma gravidez mais segura
Além da vacinação, especialistas recomendam:
- Pré-natal precoce e regular: Fundamental para identificar e manejar possíveis complicações
- Controle de condições crônicas: Diabetes, hipertensão e doenças autoimunes devem ser rigorosamente monitoradas
- Hábitos saudáveis: Nutrição adequada, suplementação com ácido fólico e evitar substâncias nocivas
- Proteção contra infecções: Higiene das mãos, uso de máscaras em locais fechados e evitar aglomerações
O que fazer em caso de infecção por COVID-19 na gravidez
Se diagnosticada com COVID-19 durante a gestação, é essencial:
- Comunicar imediatamente ao obstetra
- Discutir opções de tratamento como o Paxlovid, quando indicado
- Monitorar possíveis sinais de complicações como pré-eclâmpsia ou trabalho de parto prematuro
Considerações finais
Embora os dados mostrem um risco aumentado de aborto espontâneo associado à COVID-19, é importante destacar que a maioria das gestações segue seu curso normalmente mesmo após a infecção. O acompanhamento médico adequado, a vacinação e os cuidados preventivos continuam sendo as melhores estratégias para garantir a saúde materno-fetal.
Como destacam os especialistas, o sistema de saúde deve estar preparado para oferecer suporte integral às gestantes, especialmente em contextos de novas variantes virais ou futuras pandemias. A combinação de vigilância ativa, acesso a tratamentos e políticas de saúde pública direcionadas pode mitigar significativamente os riscos revelados por este e outros estudos.
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