Complicações na gravidez e o risco de AVC em mulheres jovens: o que mães precisam saber

Publicado por Bianca Andrade em 13/08/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Estudo revela ligação entre complicações na gravidez e maior risco de AVC em mulheres jovens. Saiba quais condições aumentam o risco e como prevenir problemas futuros.

Quase 1 em cada 7 mães enfrentam ou enfrentarão uma complicação na gravidez — uma condição potencialmente séria que pode afetar a saúde da mãe, do bebê ou de ambos se não for tratada — ao longo da vida. Complicações como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional ou parto prematuro exigem atenção não só durante a gestação, mas também no período pós-parto, uma vez que podem trazer riscos futuros para a saúde da mulher.

Estudo recente sobre complicações na gravidez e risco de AVC

Uma pesquisa publicada na revista Neurology revelou uma ligação significativa entre complicações na gravidez e o aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC) em mulheres com menos de 50 anos. O estudo analisou mais de mil mulheres entre 18 e 49 anos que sofreram AVC isquêmico, comparando seus históricos gestacionais com os de 714 mulheres que não tiveram AVC.

Os resultados mostraram que mais da metade das mulheres que tiveram AVC (50,7%) apresentaram ao menos uma complicação durante a gravidez, enquanto apenas 30,7% das mulheres sem AVC tiveram complicações. Essa diferença indica uma possível relação entre eventos adversos na gestação e problemas cerebrovasculares futuros.

Impacto de cada tipo de complicação na gravidez

Ao detalhar os dados, os pesquisadores observaram que diferentes complicações aumentam o risco de AVC de formas variadas:

  • Pré-eclâmpsia e distúrbios hipertensivos na gravidez (DHG) aumentaram o risco em quatro vezes;
  • Partos prematuros e bebês pequenos para a idade gestacional (PIG) elevaram o risco em 2,7 e 2,8 vezes, respectivamente;
  • Diabetes gestacional esteve associada a um risco 2,6 vezes maior;
  • Natimortos tiveram um risco quase cinco vezes maior;
  • Abortos espontâneos mostraram um aumento mais modesto, de 1,3 vezes no risco de AVC.

Contextualização do risco e importância da prevenção

Apesar do aumento preocupante no risco para mulheres com complicações na gravidez, o neurologista Frank-Erik de Leeuw, coautor do estudo, ressalta que o risco geral de AVC em mulheres abaixo de 50 anos ainda é baixo, com apenas 10 a 15% das mulheres nessa faixa etária sofrendo um AVC. No entanto, os índices de AVC entre jovens vêm crescendo, e as mulheres jovens são particularmente vulneráveis.

A pesquisadora Esmée Verburgt destaca que a gravidez impõe uma enorme pressão ao corpo, e complicações podem indicar vasos sanguíneos vulneráveis. Além disso, o desenvolvimento da placenta pode causar anomalias vasculares, como a aterosclerose — o acúmulo de gorduras e outras substâncias nas paredes das artérias — que pode desencadear um AVC posteriormente.

Recomendações para mães e profissionais de saúde

Com base nos achados, os pesquisadores esperam que mães e médicos fiquem mais atentos à avaliação do risco e iniciem cuidados preventivos precocemente. Atualmente, as diretrizes recomendam rastreamento para doenças cardiovasculares em mulheres com pré-eclâmpsia a partir dos 50 anos, mas de Leeuw sugere que a pressão arterial seja monitorada pelo menos uma vez ao ano antes dessa idade.

Este estudo reforça a importância de um acompanhamento contínuo da saúde cardiovascular para mulheres que passaram por complicações na gravidez, visando reduzir o risco de AVC e outras doenças relacionadas.

Considerações finais

Complicações na gravidez vão muito além do período gestacional, podendo impactar significativamente a saúde futura da mulher, especialmente no que diz respeito ao risco de AVC. Estar informada sobre esses riscos e manter um acompanhamento médico regular é fundamental para a prevenção e o cuidado adequado. Mães e gestantes devem buscar orientação médica especializada para garantir uma vida saudável para si e para seus filhos.

É importante lembrar que informações disponíveis em sites como o The Bump não substituem o aconselhamento médico. Sempre consulte um profissional de saúde qualificado para orientações específicas ao seu caso.

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