Como lidar com a pressão para dar smartphone às crianças

Publicado por Luana Oliveira em 25/07/2025. • Tempo de leitura: ~4 minutos.

Entenda como os pais podem lidar com a pressão social para dar smartphones às crianças, os riscos do uso precoce e estratégias para adiar essa decisão, garantindo o bem-estar infantil.

Nos dias atuais, o smartphone tornou-se um item quase indispensável na vida das crianças, especialmente por registrar momentos importantes, como o primeiro sorriso ou as primeiras brincadeiras. No entanto, a presença constante desses aparelhos desperta o desejo das crianças de também terem um. É comum que, a partir dos 5 anos, os pequenos comecem a pedir seus próprios smartphones, o que gera um dilema para os pais. A resposta de muitas famílias é esperar até o ensino médio para permitir o uso, buscando proteger a saúde mental e o desenvolvimento dos filhos.

Embora os smartphones ofereçam vantagens, como facilitar a comunicação e garantir maior segurança, o uso precoce pode acarretar problemas sérios, como vício, exposição a conteúdos inadequados e riscos online. Por isso, muitos pais optam por adiar a entrega do aparelho, mesmo diante da pressão social que filhos e amigos exercem.

Por que alguns pais cedem à pressão dos smartphones

A pressão social não afeta apenas as crianças e adolescentes, mas também os pais, que temem que seus filhos sejam excluídos do grupo social. Pesquisas recentes, como um estudo na Espanha, indicam que muitos pais compram smartphones para evitar que seus filhos se sintam isolados. Essa preocupação é maior entre as mães de meninas, que sentem uma pressão mais intensa.

A falta de embasamento científico e o receio de discutir o tema com os filhos também contribuem para que os pais cedam. Melanie Hempe, fundadora da plataforma ScreenStrong, destaca que compreender os efeitos do vício em telas no cérebro infantil ajuda os pais a manterem suas decisões firmes, independentemente da opinião alheia.

Importância da firmeza na decisão

Especialistas, como o psicólogo social Jonathan Haidt, recomendam que os smartphones sejam liberados apenas no ensino médio, e as redes sociais a partir dos 16 anos. Essa orientação é fundamentada em estudos que associam o uso precoce dessas tecnologias ao aumento de sintomas depressivos, ansiedade e outros problemas de saúde mental entre adolescentes.

Além disso, os perigos vão além da saúde mental. Predadores sexuais atuam nas redes sociais e jogos online, e o vício em telas é considerado um problema preocupante. O uso desses dispositivos libera dopamina, uma substância ligada ao prazer, tornando-os altamente atrativos e difíceis de serem retirados uma vez introduzidos.

Estratégias para evitar a pressão social e adiar o uso do smartphone

Para os pais que acreditam que seus filhos ainda não estão prontos, algumas estratégias podem ser adotadas para manter a firmeza na decisão:

  • Seja firme: Mantenha conversas frequentes sobre segurança e riscos, utilizando frases que reforcem a responsabilidade dos pais e o amor pela criança.
  • Encontre uma comunidade com os mesmos valores: Participar de grupos que compartilham a visão de limitar o uso de telas pode fortalecer a decisão e criar uma rede de apoio.
  • Priorize o brincar: Incentive as crianças a descobrirem o mundo real, promovendo o desenvolvimento saudável longe das telas.
  • Comece por alternativas: Utilize dispositivos como smartwatches, rastreadores GPS e telefones fixos para garantir segurança sem oferecer acesso irrestrito à internet.

Considerações finais

O uso de smartphones pelas crianças é um tema delicado que exige dos pais muita atenção e firmeza. Embora a pressão social seja grande, o mais importante é garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável dos filhos. Adiar o uso do smartphone até que a criança esteja preparada pode evitar uma série de problemas, desde vícios até questões de saúde mental e segurança online. Com estratégias adequadas e apoio comunitário, é possível resistir à pressão e oferecer às crianças uma infância verdadeiramente rica e equilibrada.

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