Como Conversar Com Seus Filhos Sobre Desastres Naturais
Publicado por Luana Oliveira em 07/07/2025. • Tempo de leitura: ~5 minutos.
Saiba como conversar com seus filhos sobre desastres naturais, oferecendo segurança, explicações claras e apoio emocional para enfrentar situações difíceis com resiliência.
Neste artigo
- Por que é importante conversar com as crianças sobre desastres naturais
- Como explicar o ocorrido de forma simples e clara
- Responder às perguntas com paciência e honestidade
- Oferecer conforto e segurança
- Enfatizar os pontos positivos e a resiliência
- Manter a rotina para estabilidade emocional
- Controlar a exposição à mídia
- Ficar atento aos sinais de estresse
- Considerações finais
Enchentes repentinas no centro do Texas causaram mais de 80 mortes durante o fim de semana do Dia da Independência, incluindo pelo menos 27 crianças e monitores do Acampamento Mystic, um acampamento de verão para meninas no Condado de Kerr, a região mais afetada. Equipes de resgate ainda trabalham para localizar desaparecidos, enquanto famílias enfrentam a devastação. Para mães e pais, esse tipo de tragédia natural pode ser especialmente difícil de explicar para os pequenos, que muitas vezes não compreendem o que aconteceu e sentem medo do que pode vir a acontecer.
Por que é importante conversar com as crianças sobre desastres naturais
Crianças são particularmente sensíveis a eventos traumáticos como enchentes, incêndios e furacões. Diferente dos adultos, elas ainda estão construindo seu entendimento do mundo e podem sentir ansiedade e medo intensos diante de situações que não compreendem. Por isso, é fundamental que os pais e responsáveis conversem abertamente com elas, oferecendo segurança, informações claras e apoio emocional.
Como explicar o ocorrido de forma simples e clara
Mesmo que o desastre não tenha acontecido perto da sua casa, crianças em idade escolar podem ter acesso a notícias ou ouvir colegas falando sobre o evento. Em vez de tentar esconder a realidade, o ideal é descobrir o que seu filho já sabe para corrigir informações erradas. Use explicações simples e adaptadas à idade, como por exemplo: "as pedras no fundo da terra se moveram e fizeram o chão tremer", em caso de terremoto.
Para crianças maiores, é possível fornecer mais detalhes ou indicar livros e sites confiáveis para que elas aprendam mais sobre o assunto, promovendo um entendimento saudável e consciente.
Responder às perguntas com paciência e honestidade
Após a explicação, é natural que a criança faça perguntas, como "os bombeiros não podem apagar o fogo?" ou "alguém se machucou?". Responda sempre com honestidade, mas adaptando a resposta à idade e ao nível de compreensão. Se não souber a resposta, admita e sugira procurar juntos, evitando imagens ou informações que possam assustar.
Lembre-se de que algumas crianças podem demorar a fazer perguntas, pois ainda estão processando as emoções. É importante que saibam que podem contar com você quando precisarem.
Oferecer conforto e segurança
Crianças que vivenciam ou assistem a desastres naturais podem ficar preocupadas com a segurança da família e temer que o evento se repita. Por isso, é essencial mostrar que estão protegidas, revisando planos de emergência e destacando medidas de segurança, como a caixa de primeiros socorros.
Mantenha a calma e transmita confiança. Se os adultos estiverem assustados, as crianças também sentirão medo.
Enfatizar os pontos positivos e a resiliência
Embora seja difícil em meio à tragédia, mostrar esperança ajuda as crianças a lidar melhor com a situação. Segundo a médica Deborah Gilboa, autora de "Ensine Resiliência: Criando Crianças Preparadas", focar no que foi poupado e nas pessoas que estão bem ajuda a construir força emocional para enfrentar desafios futuros.
Por exemplo, dizer: "Nossa casa pode ser reconstruída, o que importa é que estamos seguros e juntos" transmite uma mensagem positiva e tranquilizadora.
Manter a rotina para estabilidade emocional
Após um desastre, é importante retomar as rotinas familiares o mais rápido possível, mesmo que seja em um local diferente, como a casa de parentes ou um hotel. Manter hábitos como a leitura de histórias antes de dormir, horários das refeições e sonecas ajuda a criança a sentir que as coisas continuam normais, reduzindo a ansiedade.
Controlar a exposição à mídia
Embora acompanhar as notícias seja importante para adultos, as crianças devem ter o acesso limitado à cobertura do desastre. Imagens fortes podem assustar e a repetição constante das notícias pode fazer com que elas sintam que o evento está acontecendo novamente.
Ficar atento aos sinais de estresse
Após um desastre, crianças podem apresentar sinais de ansiedade, tristeza, birras, alterações no sono, apetite e humor. Podem também desenvolver medos novos, como medo de chuva após um furacão. Essas reações são normais, mas caso impeçam a criança de realizar suas atividades diárias, é importante buscar ajuda profissional.
Considerações finais
Conversar com as crianças sobre desastres naturais é um desafio, mas fundamental para ajudá-las a compreender o que aconteceu e a lidar com seus sentimentos. Com explicações claras, respostas honestas, conforto e manutenção da rotina, os pequenos se sentem mais seguros e preparados para enfrentar momentos difíceis. Além disso, incentivar a resiliência e controlar a exposição à mídia contribuem para o bem-estar emocional das crianças. Em tempos de tragédias, o papel dos pais e responsáveis é crucial para transformar o medo em aprendizado e esperança.
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