Aumento dos casos de doença mão, pé e boca no Brasil: prevenção e cuidados

O número semanal de casos de Coxsackievírus, causador da doença mão, pé e boca, mais do que triplicou nesta temporada de outono em várias regiões do Brasil. Essa elevação significativa preocupa pais e profissionais de saúde, especialmente porque a doença afeta principalmente bebês e crianças pequenas. Compreender os sintomas, as formas de transmissão e as medidas preventivas é fundamental para proteger os pequenos e evitar surtos maiores.

O aumento dramático dos casos

Estados brasileiros estão relatando um aumento expressivo nos casos de doença mão, pé e boca durante o outono. Para os pais, essa é uma situação que exige atenção redobrada, pois o vírus é altamente contagioso e pode causar desconforto significativo nas crianças. Embora a doença costume desaparecer em até 10 dias, durante esse período ela pode gerar dor, irritabilidade e interferir na rotina familiar.

O que está por trás desse crescimento recente? Especialistas indicam que a maior circulação do vírus em ambientes coletivos, especialmente creches e escolas, contribui para a rápida disseminação. Além disso, a baixa adesão a medidas básicas de higiene em alguns locais pode facilitar a transmissão.

Quais as regiões mais afetadas no Brasil?

Embora o aumento seja observado em todo o território nacional, algumas regiões brasileiras apresentam maior vulnerabilidade. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia têm registrado números mais altos de casos, especialmente em áreas urbanas com alta concentração de crianças em creches e escolas.

Por exemplo, em São Paulo, a alta incidência da doença já levou ao fechamento temporário de algumas creches para conter surtos. A situação reforça a importância do controle rigoroso de higiene e do monitoramento constante dos sintomas entre as crianças.

O que é a doença mão, pé e boca?

Essa doença é uma infecção viral causada predominantemente pelo Coxsackievírus, que se transmite por meio de gotículas respiratórias e contato direto com superfícies contaminadas. As crianças se infectam ao tocar objetos contaminados ou ao ter contato próximo com outras crianças infectadas.

Para adultos e cuidadores, é importante destacar que o vírus também está presente nas fezes, o que torna essencial a lavagem das mãos após trocar fraldas ou ajudar crianças no banheiro. A falta dessa higiene pode facilitar a transmissão do vírus.

A doutora Ana Paula Souza, pediatra de São Paulo, explica que os sintomas iniciais são semelhantes aos de outras infecções virais comuns, como febre e mal-estar, mas o que diferencia a doença são as feridas dolorosas na boca que dificultam a alimentação e causam desconforto.

Sintomas que os pais devem observar

• Febre, geralmente o primeiro sinal da doença;
• Feridas dolorosas na boca e ao redor dela;
• Manchas vermelhas nas mãos e nos pés;
• Dor de garganta;
• Falta de apetite;
• Cansaço e baixa energia;
• Manchas vermelhas pelo corpo;
• Desidratação em casos mais graves.

Na maioria dos casos, a doença desaparece espontaneamente em 7 a 10 dias, sem deixar sequelas. Porém, o acompanhamento médico é fundamental para evitar complicações.

Adultos também podem ser infectados?

Embora seja mais comum entre crianças, adultos também podem contrair o Coxsackievírus. Os sintomas, contudo, costumam ser leves ou até inexistentes, mas os adultos infectados podem transmitir o vírus para outras pessoas, incluindo crianças.

Cuidados e prevenção para os pais

Apesar de a doença geralmente se resolver sozinha, é fundamental que os pais adotem medidas para prevenir a infecção e minimizar o impacto caso a criança adoeça. Algumas práticas essenciais incluem:

• Lavar as mãos frequentemente: a lavagem cuidadosa por pelo menos 20 segundos várias vezes ao dia é a melhor forma de evitar a transmissão;
• Limpar superfícies e brinquedos: desinfetar regularmente os objetos e locais mais tocados ajuda a eliminar germes;
• Ensinar higiene respiratória: orientar as crianças a cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, preferencialmente com um lenço ou o cotovelo, e fazer a higienização das mãos logo depois;
• Monitorar sintomas: ao identificar sinais da doença, buscar orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados;
• Manter a criança hidratada: oferecer líquidos em abundância para evitar a desidratação, que é uma das complicações possíveis.

Mesmo com todos os cuidados, pode haver contágio, mas a adoção dessas práticas reduz significativamente os riscos e ajuda a proteger a saúde das crianças.

Considerações finais

O aumento dos casos de doença mão, pé e boca no Brasil durante o outono exige atenção especial dos pais, responsáveis e profissionais de saúde. Conhecer os sintomas, entender como o vírus se transmite e adotar medidas preventivas eficazes são passos essenciais para proteger os bebês e crianças pequenas. A prevenção, aliada ao cuidado e à observação dos sinais da doença, contribui para minimizar o impacto dessa infecção, garantindo a saúde e o bem-estar das famílias brasileiras.